Tem uns gênios da raça dizendo que a tentativa de golpe não é crime. O crime, então, seria o golpe propriamente dito? Não! Ainda não. O golpe só seria crime se fracassasse! Ora, e por quê?
Bem, uns dizem que se fracassou foi crime porque houve violência, deram tiros, mataram e feriram, destruíram patrimônio público, entre outras lambanças. Outros dizem que se fracassou sem dar um só tiro, sem ter nenhum morto ou ferido, nenhuma destruição, não foi crime. Foi só uma arruaça.
Mas e se desse certo?
Bem, uns dizem que se desse certo, mesmo com violência, o crime não é o golpe, mas a resistência ao golpe! Quem resistiu ou se opôs é que cometeu crime, pois se tivesse ficado quieto dentro de casa não haveria nem resistência nem crime.
Outros dizem que, sem violência, o golpe não é crime porque se não houve violência é porque o “inimigo” aceitou e concordou, ficando quietinho em casa.
Portanto, só na hipótese de golpe fracassado com tiros, mortos e feridos houve crime. E se o “inimigo” resiste, o crime é dele e não dos golpistas!
Quer dizer, o golpe bem sucedido é sempre legal. E mesmo quando dá errado, mas não houve violência, não é crime. É liberdade de expressão e de agir.
Bem, podemos concluir que num país desses quem não dá golpe é um idiota. E quem dá e fracassa é ainda mais idiota, porque se trata de um incompetente que nem merece o título de golpista.
Proponho, portanto, que os golpistas fracassados sejam punidos com a lei marcial e fuzilados sem dó nem piedade. Ou, sendo um tanto humanitário, que apodreçam na cadeia. O mundo não é para os fracos.
E tenho dito!
PS — Entreouvindo conversas de bolsonaristas num salão de barbeiro e costurando uma barbaridade com a outra, até chegar a essa mixórdia que acabo de escrever.
Nelson Merlin é jornalista aposentado e ainda chocado com a petulância dos golpistas.
17/12/2024