Feliz Ano Novo

 O novo ano promete. 

Tem briga já escalada para o STF, entre os prós e os contra a sem-vergonhice do marco temporal para esbulhar mais uma vez os povos originários e donos ancestrais da terra brasilis

Os prós querem o marco como se o Brasil tivesse sido descoberto na data de promulgação da Constituição de 1988. A safadeza tem o apoio da bancada do agro e do gado bolsonarista. Eu, pessoalmente, acho que deveríamos devolver tudo aos índios, que cuidam bem da terra e há muito tempo deixaram de querer apito. 

Tem briga também na Câmara de Vereadores de São Paulo, entre os prós e os contra o padre Júlio Lancelotti, líder da Pastoral do Povo da Rua, acusado pelos neofariseus bolsonaristas de dar pão aos pobres, em vez de ir para a praça com a Bíblia embaixo do braço — a despejar baboseiras que não enchem barriga de ninguém, mas dão votos dos incautos nas eleições. 

Os contra querem fazer uma CPI para malhar o padre e esperam com isso e os holofotes arrumar mais votos dos incautos para fazer frente aos de Boulos, que está com 30% das intenções, enquanto o bolsonarista mais próximo figura com pouco mais de 15%. 

E por falar nos bozós, tem uma boa para eles. A Space-X lançou um treco ao espaço com vários satélites dentro que vão ser espalhados em órbita de nosso planeta. A ideia é que cada satélite funcione como uma antena espacial de telefonia celular, como se estivesse fincada aqui na Terra. Só que cada uma terá o poder de receber e enviar sinais de telefonia móvel equivalente ao de milhares e milhares de antenas terráqueas. 

A notícia é boa para os bozós porque agora, finalmente, poderão mandar sinais de longo alcance aos extraterrestres de que precisam deles para trazer o Bozo de volta aos palcos da terrinha. Só que os sinais vão voltar para cá, sem jamais irem para os confins do espaço sideral. Mas o que isso importa? 

Para completar, tem mais uma. A Justiça do Trabalho da Argentina jogou água fria e gelada nos megadecretos do ainda-presidente Milei, que tem na cabeça a ideia fixa de fazer o caos para do caos fazer um governo.

Reza a sentença que a mistureba indigesta terá de ser apresentada, deglutida e votada no Congresso Nacional argentino, para só então o que sobrar, se sobrar, passar ao Judiciário para execução. Milei disse que vai recorrer: ele quer o caos já. Decerto para arrebanhar milicos e apressar o autogolpe que o eternize no poder como um novo Perón — desgraciadamente sin Evita ó Isabelita

Como o Eduardo “Bananinha” não tira o pé de lá, jogo minhas fichas que os bozós estão prontos para mandar um jipinho com um ou dois soldados brazucas para fechar o Judiciário dos hermanos

A ver. 

Nelson Merlin é jornalista aposentado e ainda de bom humor. 

4/3/2024. 

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