Eleições

Com a vitória do Tarcísio, ops, do Nunes e a derrota do Bozo, ops, do Lamaçal, em São Paulo, fica definido um quadro mais que interessante para a eleição presidencial de 2026. 

Teremos Lula e Tarcísio disputando os votos nacionais, enquanto o Bozo e o Lamaçal assistirão ao evento vendo o sol quadrado. Não é demais? 

É o fim que merecem. 

Pena que a cadeia para os dois não acabe com a extrema direita no Brasil. 

Essa praga, que devemos aos políticos e partidos que se locupletaram no mensalão e no petrolão, veio para assombrar o território por muito tempo. Vai perder força em 2026, mas vai ganhar um impulso notável quando os dois crápulas deixarem a cadeia, vestidos com a fantasia de heróis da patriotada. 

A vitória da esquerda em 2026 vai depender mais da Economia — que avança muito bem na direção do pleno emprego, do PIB consolidado acima de 3%, da inflação controlada e dos ricos pagando mais imposto — do que de Lula fazendo discursos em prol da classe trabalhadora. 

Aliás, quanto menos Lula falar melhor será para a esquerda, já que seu discurso se recusa a modernizar-se e a mostrar-se, digamos, mais juvenil para conquistar o voto jovem. 

Assim, as fichas da esquerda estão inteiras na Economia e, com isso, cresce a figura moderada, paciente e objetiva de Fernando Haddad para 2030. 

Ao mesmo tempo, vêem-se poucas fichas na mesa de Tarcísio, que mais  parece um inquilino desajeitado no Palácio dos Bandeirantes, ao ponto de querer transferir o endereço de volta aos Campos Elísios, hoje um reduto dos nóias — coisa que ele parece desconhecer completamente, se é que alguma vez no passado remoto ele tenha ouvido falar em Campos Elísios. 

Acho dificílimo que Boulos vença o segundo turno. Mas isso pouco importa. A derrota e a prisão do Lamaçal, com a consequente inclusão do meliante na lei da ficha limpa, bem como a condução de seu chefe-mor para uma longa temporada na Papuda, compensam fartamente a vitória da nulidade que se apresenta para um segundo mandato na maior cidade da América do Sul. 

Pior para São Paulo? Sem dúvida. Mas melhor para o Brasil, com certeza. 

Nelson Merlin é jornalista aposentado e profético…

6/10/2024

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *