Antes de voltar para minhas férias, quero deixar registrado aqui que eu não sabia da visita dos Federais em Angra, nem sabia que o 02 estava na mira deles. Não fui eu que avisei, portanto.
Também não fui eu que sugeri levarem jetsqui (é assim que se escreve?) para pescar em alto mar. O que sei dessa engenhoca é que outro ex-presidente da República gostava muito de montar sobre ela e sair pelo Lago Paranoá para exibir suas habilidades de easy rider aquático. Nunca a usou para pescar, muito menos em alto mar.
Mas entre os dois ex-presidentes há mais semelhanças do que serem elefantes de cu branco (atenção: cu não é palavrão em Portugal e me dou o direito de ser escriba castiço e admirador do idioma de nossos ancestrais, assim como bunda, puto e caralho não têm nada demais por lá, sendo pronunciadas tanto por respeitáveis senhores quanto por elegantes senhoras e raparigas).
Ambos, eu ia dizer antes do parênteses, postavam o título de eméritos incorruptíveis, o primeiro sendo até chamado de caçador de marajás nas Alagoas. Teve que renunciar ao mandato em tempo recorde para não ser defenestrado do Alvorada por corrupção. O outro, blindado pelo também alagoano presidente da Câmara Federal, não precisou chegar a tanto, mas deixou um rastro de jóias das arábias pelo caminho e dezenas de malfeitos institucionais que estão sendo alvos de investigação pelos poderes constituídos, entre elas essa da Abin paralela agora em tela.
Curiosidades à parte, vamos ao que interessa. A cara de camarão murcho de pai e filho ao desembarcarem da pescaria diz tudo. Meu editor Servaz providenciou o flagrante da cena impressionante. Estragaram o chope deles! Ou não tinha peixe nas ricas águas piscosas da baía de Angra dos Reis.
Helás!
Mas, sossega gente! Logo mais tem peixe bom.
Quanto a mim, retorno às minhas férias de barriga cheia e prometendo voltar a qualquer momento — que se o mar deles não está para peixe, o meu tem para dar e vender.
Nelson Merlin é jornalista aposentado e pescador em águas limpas e translúcidas.
30/1/2024