Balas e Cadeiras Estão Voando!

Gente, a coisa tá braba no cenário político global. Balas e cadeiras saem voando em direção a candidatos daqui e lá de fora.

Tem tanta coisa rolando que já nem se sabe mais quem levou facada na orelha, cadeirada enquanto jogava golfe ou tiro no dedo da mão enquanto participava de debate.

Após ter sofrido um atentado à bala que tirou uma lasquinha de sua orelha – mas que deixou seu topete intacto -, o candidato à Presidência dos Estados Unidos Pato Donald Trump acaba de levar mais um susto. Descobriu que sua tacada na bola de golfe quase foi afetada por um disparo que não chegou a sair do cano da arma portada por uma espécie de Adelio Bispo americano. O maluco, que já votou em Trump, foi pego durante a tocaia que fazia pra tentar eliminar o homem cor de laranja. Nenhum tiro foi disparado, mas assim mesmo Donald Trump insiste em acusar Joe Biden e Kamala Harris pelo semi-atentado sofrido no domingo, dia 15, enquanto jogava golfe na Flórida. Falou que “balas estão voando por causa da retórica comunista” deles. “A retórica deles está fazendo com que atirem em mim, enquanto sou eu que vou salvar o país”, disse em entrevista à Fox News.

Já aqui em São Paulo não foram balas que saíram voando, mas uma cadeira dos estúdios da TV Cultura onde ocorria um debate “civilizado” entre os candidatos à Prefeitura da maior cidade brasileira.

Depois de ter sido provocado pelo candidato Pablo Marçal, o também candidato José Luiz Datena pegou uma cadeira e partiu pra cima do sujeito.
As cenas foram de filme de aventura misturado com comédia pastelão. Os presentes pegos de surpresa reagiram cada um à sua maneira. Leão Serva, o mediador, saiu correndo. O candidato Boulos falava “não, Datena” com entonação de “vai fundo, Datena”, Ricardo Nunes segurava o “domador de leões” com braço firme e forte (atenção! essa frase contém ironia), Tabata ficou na sua e Marina correu pra onde deu pra correr.

Oh, que baixaria, foram obrigados a dizer os comentaristas politicamente corretos das emissoras politicamente corretas, embora alguns não conseguissem disfarçar aquela risadinha do cachorro Muttley ao tocar no assunto. Já a galera das redes sociais nadou de braçada. Não passou muito tempo depois do episódio para que os internautas, em clima de comemoração, colocassem a cadeira em primeiro lugar nas pesquisas para a Prefeitura.
Todos a favor de José Luiz Datena, o lançador da cadeira contra o fulano que tem um currículo mais adequado para comandar uma quadrilha de bandidos do que propriamente uma prefeitura.

O ex-coach já quase causou a morte de 32 pessoas que foram levadas por ele à Serra da Mantiqueira em dezembro de 2022. Essas pessoas – que tiveram de enfrentar frio, neblina e chuva a 2.400 metros de altura por conta da irresponsabilidade desse rapaz – só saíram vivas de lá porque foram resgatadas pelos bombeiros. Isso lhe rendeu uma investigação por tentativa de homicídio. E não era a primeira vez que seu nome apareceria nas páginas policiais.

Antes, em 2010, Pablo Marçal já tinha sido condenado por furto qualificado que envolvia desvio de dinheiro de contas bancárias através de golpes digitais. Além das 101 ações judiciais em que ele e suas empresas aparecem como réus em vários Estados brasileiros, o moço distinto também tem estreita relação com membros de facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. E por aí vai!

O sujeito já chegou ao seu nível mais baixo acusando a Tabata Amaral de ser a responsável pelo suicídio do pai. (Considerei ser esse seu nível mais baixo por causa do tema, mas em se tratando do meliante o fundo do seu poço deve ter subsolo). Diante do (mau) caráter do candidato, e como novos debates ainda estão acontecendo, as emissoras resolveram se proteger. A Rede TV, por exemplo, achou uma boa ideia parafusar as cadeiras do recinto.

Nos próximos, Datena vai ter de se virar com as mesas – ou levar sua própria cadeira.

Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 20/9/2024. 

Um comentário para “Balas e Cadeiras Estão Voando!”

  1. Abaixo o parafusamento! Pelo livre porte de cadeiras, já!

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