A Reforma Tributária era necessária? Simmmmm, respondem os economistas, os especialistas e os palpiteiros de plantão.
A Reforma Tributária é do PT? Nããããão, respondem os que têm dentro do cérebro massa cinzenta no lugar de massa marrom.
Em sendo assim, por que cazzo o assunto tem dado tanto pano pra manga?
Primeiro foi a saia justa entre Bolsonaro e Tarcísio de Freitas durante reunião do PL no dia 6 de julho. O cabeça dura (preciso citar o nome?), que chama a proposta de “Reforma Tributária do PT”, pediu aos integrantes do partido que votassem contra.
Tarcísio deu uma de valente e disse que achava arriscado a direita abrir mão da reforma. Nessa hora voou pena pra tudo quanto é lado. O Bozo ficou puto e seu afilhado político foi vaiado.
Dias depois, ao ser perguntado se o affair entre os dois estava no fim, Tarcísio respondeu: “Sempre serei leal e terei gratidão a ele. Se estou aqui devo a ele”.
Ou seja, deu uma no cravo, outra na ferradura. No caso, literalmente!
Dois dias depois desse barraco rolou um ainda maior entre as tias do zap do PL. A baixaria foi tanta que os parlamentares envolvidos apelaram até pros podres da vida pessoal de cada um. Vinicius Gurgel (AP) falou pro Gustavo Gayer (GO) ir procurar ajuda no Alcoólicos Anônimos por causa de um acidente que ele provocou por supostamente estar dirigindo bêbado, causando a morte de duas pessoas, há 20 anos. Ele não deixou barato e chamou Gurgel de corrupto, um investigado por desvios de verba do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
O nível tava tão PL que o líder da bancada Altineu Côrtes teve de bloquear o envio de mensagens entre as crianças e mandou todo mundo ir brincar no play. Os ânimos só se acalmaram na tarde da segunda-feira quando pararam pra cantar parabenzavocê pro Dudu Bananinha.
E, falando do diabo, logo aparece o rabo. E ele, o endiabrado armamentista, que apareceu falando besteiras em discurso durante um ato pró-armas, agora vai ter de contar com o rabo pra se safar das garras do ministro da Justiça Flávio Dino, que mandou apurar se sua fala comparando professores com traficantes, não apresenta indícios de crimes como incitação ou apologia a atos criminosos.
Mesmo que não dê em nada, seu discurso vai provar, mais uma vez, que os Bolsonaro falam tão somente porque têm boca.
Veja se isso é coisa de gente que tem cérebro falar: “Não tem diferença entre um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja pior”.
Pensando bem, qual é o espanto? Algum Bolsonaro, alguma vez, já nos surpreendeu com alguma fala inteligente?
Voltando à Reforma, ela passou com sucesso na Câmara Federal e deverá repetir o feito no Senado. Daqui a alguns meses, seguramente com muitas intrigas.
Mas, como a aprovação já é esperada, só voltaremos em edição extraordinária se ou quando as tias do zap do PL se manifestarem novamente trocando “cordialidades” do tipo vai #&@*$@%&*, seu filho @&#*@. Vai você, seu &$#@*%$@.
Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 14/7/2023.