Um fato ocorrido com o então deputado Jair Bolsonaro, há 14 anos, mostra que, de lá para cá, ele não mudou nada. O episódio está no livro Faíscas Verbais, de Márcio Bueno. Abaixo, a íntegra do episódio. (Valdir Sanches)
Uma sessão da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em maio de 2008, quase acaba em pugilato. O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendia a demarcação de terras indígenas. O deputado ultraconservador Jair Bolsonaro, militar da reserva e defensor da ditadura militar, intervém:
– O ministro veio aqui para mentir e omitir. Ele entende bem o que é o terrorismo, ele que participou de grupos terroristas.
O ministro reage, elevando a temperatura:
– Quem fez ação terrorista aqui, deputado? O senhor está mentindo.
Nesse momento, o índio sateré maué Jecinaldo Barbosa, coordenador das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, joga um copo d’água nas costas do deputado e a confusão se espalha. Depois de tudo serenado, quando perguntam ao índio por que tinha jogado o copo d’água no deputado, ele explica:
– Joguei água porque não tinha flecha.
Fevereiro de 2022