Na Torre de Pizza

A Torre de Pizza de Bolsonaro tem elevador. Passageiros a bordo, porta fechada, começa a subida. O ascensorista vai informando. Primeiro andar, mozarela, segundo calabresa, terceiro quatro queijos…  Tudo muito diferente da Torre de Pisa, que ele visitou, em sua estada na Itália – e que acabou em pizza, quando a chamou por esse nome durante entrevista.

Se calhasse, ele poderia viajar pela Torre de Pizza com visitantes ilustres, uma Ângela Merkel, dois ou três mandatários mundiais. Num espaço tão apertado, seria fatal que pisaria de novo no pé da chanceler alemã, como disse ter acontecido durante o encontro do G20, o grupo das maiores potências mundiais, encerrado há poucos dias em Roma. Pensando bem, Merkel não entraria naquele elevador, não se arriscaria a ficar próxima de Bolsonaro novamente.

No entanto, se dois ou três participantes do G20 estivessem no elevador, isso não causaria desconforto a Bolsonaro. Na falta de condições para participar da conversa, ele poderia trocar umas idéias com o ascensorista. Assim como fez com garçons, no encontro dos mandatários.

Aproveitaria para se queixar do cardápio dos andares. “E aí, cara” – diria para o ascensorista. “Não tem aí um cachorro-quente, um pastel?” E diante do espanto do outro. “Sabe o que é? Lá no Brasil, vou atrás do pessoalzinho mais simples, entro em boteco, faço um lanche… E sabe que estou sentindo falta?”

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