“A Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo” – Nelson Mandela.
“Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido” – Sir Arthur Lewis.
“A boa educação é moeda de ouro. Em toda a parte tem valor” – Padre Antônio Vieira.
Eu poderia ficar aqui recitando frases e mais frases de pensadores famosos só para confirmar o que todos já sabemos: a Educação em qualquer lugar do mundo, é um assunto que tem de ser levado a sério.
Mas não é o que tem acontecido por aqui desde que Jair Bolsonaro se tornou presidente.
Estamos pulando que nem pipoca de ministro em ministro e até agora nada de concreto se viu nessa área.
O que tivemos foi um amontoado de tentativas com ministros que estavam mais preocupados em futricar nas redes sociais do que com o ensino propriamente dito.
O primeiro a assumir o ministério foi Ricardo Vellez, o colombiano que chamou os turistas brasileiros de canibais que “roubam coisas dos hotéis e assentos salva-vidas dos aviões”.
A partir daí já dava pra imaginar o que viria pela frente (ou por trás). Sua ideia mais “brilhante” em relação ao ensino, foi mandar uma carta às escolas recomendando que filmassem os alunos cantando o Hino Nacional.
O que ele pretendia com isso? Fazer uma espécie de The Voice Brasil entre as escolas?
Em outro lampejo de “sabedoria” chegou a propor uma revisão nos livros didáticos, sugerindo que se apagasse a parte da história que menciona o golpe militar. Na cabeça dele não houve golpe algum.
Depois de três meses metendo os pés pelas mãos, Vellez pegou sua mochilinha e partiu em 08/04/2019.
Ufa! Nos livramos de um incompetente!
Mais ou menos! Nos livramos de um para colocar outro no lugar!
Para substituí-lo, Jair Bolsonaro nomeou Abraham Weintraub, graduado em ciências econômicas pela USP, com mestrado em administração na FGV e professor da UNIFESP. Um currículo IMPRECIONANTE
E mais impressionante ainda foi sua atuação como ministro da Educação. Provas do ENEM com incorreções, tuítes com graves erros de português (tipo chamar asseclas de acepipes) e como se não bastasse, criou um atrito internacional com a China, insinuando que este país estaria lucrando com o Coronavírus, e “tilando salo “ da pronúncia do chinês que mora no Brasil.
Durou um pouco mais de um ano no cargo e partiu sem deixar saudades.
Com a vaga aberta, logo começaram as entrevistas de emprego com candidatos ao Ministério.
Um deles, Carlos Alberto Decotelli, com um currículo cheio (cheio de inverdades), impressionou e preencheu a vaga. Modo de dizer, porque mesmo antes de ser nomeado foi exonerado. Mas otimista que é, não se deixou abater. Assim que deu tchau para a cadeira correu a acrescentar a nova informação ao currículo: ministro da Educação no período de 25/06/2020 a 30/06/202O!
E lá vai de novo o presidente caçar um substituto do substituto do substituto.
Desta vez foi nomeado o advogado, teólogo e pastor presbiteriano, que apesar de terrivelmente evangélico, fala em Estado Laico.
Lá atrás, o novo ministro Milton Ribeiro, chegou a declarar em vídeo, que era a favor de bater em criancinhas mas isso são águas passadas. Agora, ao pé da goiabeira, afirma: “Sei da responsabilidade da missão. A Educação transforma vidas: transforma uma nação”.
Se ele juntar sua frase àquelas lá de cima talvez tenhamos, finalmente, alguém que transforme a nossa, até agora Educassão, em Educação.
E se isso acontecer, dou minha mão à palmatória. Mas não se anime, ministro. É só no sentido figurado, talquei?
Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 17/7/2020.