“Tem gente que acredita em Saci Pererê, Boi Tatá e Mula Sem Cabeça”, escreveu o nosso inefável ministro da Educação, Abraham Weintraub. Para completar: “E tem gente que acredita no Datafolha.” Que coisa, o ministro fala de um boi chamado Tatá. Tem boi na linha!
Boi na floresta amazônica só pode ser de pecuarista invasor. Nunca o Tatá, pelo simples fato de que, como tal, não existe. Em sua coluna de quarta-feira (4/9), na Folha, Elio Gaspari explicou que o folclórico Boitatá (não Boi Tatá) é uma enorme serpente de fogo ou de luz que protege a floresta.
Ah, a floresta. Se alguém andar descuidadamente por ela, ou talvez mesmo por Brasília, corre o risco de, dia destes, cruzar com um homem pré-histórico levando ao ombro sua borduna. O mesmo que, há poucos dias, declarou: “Se eu levantar a borduna todo mundo vai atrás de mim e eu não fiz isso ainda”.
Fiquei preocupado com essa afirmação de Bolsonaro, dita como reação a críticas que sofreu depois de ofender pessoas de bem. Ou, pelas palavras dele, a “sacanagem” que lhe fizeram. Pensei, o que quer dizer levantar a borduna e todo mundo ir atrás? Atacar seus opositores e tomar o poder a força? E esse “não fiz isso ainda” significa que considera a idéia de fazer?
Ora direis, o homem é um boquirroto e não há nenhuma condição para isso. Não há mesmo. Mas se ele agitou o desfile de Sete de Setembro, como se as homenagens fossem para ele, não para a Pátria, pode estar pensando em embaralhar o jogo.
Se não, em reeleição em 2022. E para 2026, elege o embaixador em Washington!
Setembro de 2019
Com um ministro desses não há cartilha que resista. Nem a do folclore. É dele, também, “paralização”… Regredimos, Valdir.