O formalismo vai se afrouxando

A deputada catarinense Ana Paula da Silva pode ter confundido posse no cargo com entrega do Oscar. Surgiu no plenário da Câmara, ambiente em que as pessoas se tratam por vossa excelência (quando não estão se xingando), ostentando seus atributos físicos em um grande decote.

O decote provocou um ataque de pudicícia nas redes sociais, mas Paulinha, como é conhecida, diz que é dona de seus seios, isto é, de sua vontade, e vai continuar vestindo o que quiser. Muito justo. (Ou muito largo. Mas decotado.)

Só é preciso ficar atento à bandalha. Não vá o Garotão de Ipanema, eleito com o voto da galera, chegar para a posse de bermudão e chinelo.

A verdade é que o formalismo no vestir está se afrouxando. Você já vê comentarista de política da Globo com terno e camisa social, mas sem gravata. Óculos, até algum tempo atrás, não existia no vídeo. Agora, está até no rosto da apresentadora do Jornal Nacional.

Nos três Poderes da República, a gravata, que já adornou o pescoço de Luiz XIV, deve ter vida longa. A não ser que Bolsonaro, com o estilo à vontade, café com leite pão e manteiga, contamine os marqueteiros.

Neste caso, ficaria de fora o Judiciário. Alguém imagina um ministro do Supremo de paletó esporte e gola rolê? Poderiam pelo menos, para arejar, abandonar as togas.

Fevereiro de 2019

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