“Buracos nos próximos 20 quilômetros”

Você na estrada, com a família, no feriado prolongado. O que tem para apoiá-lo em termos de informação?  No rádio: “Segundo a Ecovias há congestionamento nas praças de pedágio”. Obrigado por nada.

Precisamos de informações completas, uma equipe que vá a fundo, chegue a detalhes, mergulhe no submundo.

O noticiário desse aguerrido grupo informaria:

Não choverá.

Melhor horário para viajar: 13h às 17h.

Horário do arrastão: 21h30.

Postos de gasolina com preços que são um assalto.

Etc..

Sem informação, os motoristas que vinham pela Rio-Santos, trecho de Bertioga, na volta do feriadão da Semana Santa, foram recepcionados pelos bandidos quando o trânsito congestionou. Quem viu de longe conseguiu manobrar e escapar. Um desses sortudos voltou para a casa de praia e esperou o tempo passar. Só se sentiu seguro para retomar viagem alta madrugada.

O noticiário aprofundado também cuidaria dos ambulantes nos congestionamentos. Traria a descrição dos falsos vendedores que na verdade são assaltantes. “Atenção aos elementos com a camisa para fora da calça. Escondem o revólver na cintura.”

De resto os boletins se ocupariam da qualidade e do estado de conservação da sinalização. Exemplo: “Freie de repente”. A placa apodrecida perdeu o pedaço com a palavra “Nunca”.

A placa que marcou época estava à vista de quem saía de Registro, no Vale do Ribeira, para viajar 200 quilômetros até São Paulo pela péssima Rodovia Régis Bittencourt. Sinalização oficial, informava: “Buracos nos próximos 20 quilômetros”.

Perfeito para arrastões. Mas, felizmente, a modalidade ainda não havia sido descoberta.

Dezembro de 2018

 

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