Tropas fardadas de camisetas vermelhas, portando inumeráveis bandeiras do MST, desfilam na Capital Federal sua intolerância e desrespeito às leis e a seus concidadãos.
Interrompem as principais vias de circulação da cidade, causando transtornos e impondo sua presença com arrogância e desconsideração às regras mínimas de civilidade, higiene e convivência social.
Difícil não associá-las às tropas das SA nazistas que intimidavam os cidadãos alemães nas décadas de 1920 e 1930, anunciando o terror que seria implantado a seguir.
Uma mobilização sem qualquer espontaneidade, despida de representatividade junto à população, planejada com a disciplina de uma operação militar e que, certamente, está sendo muito onerosa para seus organizadores. De onde vem tanto dinheiro, num momento de tão grave crise no País, é um daqueles segredos guardados a sete chaves.
As autoridades “socialistas” responsáveis pela administração do governo local, não vêem nada de mais nessa manifestação “democrática” e determinam medidas para “evitar infiltrados” nessa marcha pacífica.
Rezemos para que tenham sucesso.
E enquanto as atenções de todos se voltam para as manobras diversionistas do “exército de Stédile”, a Segunda Turmas do STF volta a constranger a sociedade brasileira.
Três ministros, impondo suas decisões ao colegiado da mais alta corte, dão azo a inconfessáveis vocações e retiram provas anexadas pela PGR a processos em julgamento pelo juiz Sérgio Moro.
Aparentemente orgulhosos desse feito, decidem também que as delações premiadas, ainda que corroboradas por provas irrefutáveis não serão mais suficientes para que se abram processos contra os acusados.
Vale dizer, está institucionalizada a “omertà” no Poder Judiciário brasileiro.
O que acontecerá a seguir?
Tais decisões serão alteradas pelos demais ministros e ministras do STF?
Há, ainda, alguma chance de reação ao poder silencioso e imobilizante de um Estado corruptp e opressor?
Sou um admirador da cultura africana. Tão antiga como a própria raça humana, é riquíssima em imagens que sedimentam sabedoria milenar para usufruto das novas gerações.
Uma dessas imagens, que considero das mais fortes e sábias, é uma escultura em madeira reproduzindo uma mão humana que segura um ovo.
Essa escultura era entregue cerimonialmente, como um cetro real, àquele guerreiro que se tornava o chefe de sua etnia.
O óbvio simbolismo, em sua impactante singeleza, era a mensagem ancestral para que aquele novo líder soubesse usar o poder que lhe era concedido. A dose correta de força da mão impediria que o ovo caísse ou fosse esmagado.
Vivemos um momento de transição e torço para que os três ministros da segunda turma tenham a coragem e grandeza moral de dar-lhe suas atenções.
15/8/2018
(*) Ricardo Lacourt Moreira é engenheiro e empresário.