O diálogo de Michel Temer com o dono da JBS é grave, gravíssimo, nada republicano, perturbador.
Mas uma coisa é certa: o áudio não mostra aval do presidente à compra do silêncio de Eduardo Cunha, o que, até à divulgação das gravações, era a principal acusação contra Temer. Ou seja, a versão exposta na quarta-feira pelo jornalista Lauro Jardim foi mais apimentada e prevaleceu sobre o fato.
Isso não exime o presidente de culpa. Mas os crimes seriam outros: Temer ouviu um investigado relatar tentativas de se safar de crimes e nada fez. Tratou-o com deferência, e, no mínimo, se tornou cúmplice.
Abriu a porta do inferno. Para ele e para o país.
18/5/2017