As 70 mil pragas do lulo-petismo

São muitas, muitas, muitas as pragas que o lulo-petismo disseminou pelo país ao longo destes 13 anos, 3 meses e tanto, e com as quais o Brasil terá que conviver ainda por um longo tempo, antes de conseguir exterminá-las.

Só não dá para dizer que as pragas que o PT e aliados deixam são incontáveis porque, como bem afirmava o jornalista Heitor da Luz, nada, absolutamente nada no mundo é incontável. E, se dá perfeitamente para ter um número para exprimir a quantidade de estrelas de uma galáxia, ou de grãos de areia numa praia, haverá um número para quantificar os itens da herança maldita que o PT está deixando.

Muitas delas têm gravidade assustadoramente descomunal, como a institucionalização da imoralidade no trato da coisa pública e a disseminação, nos livros didáticos e nas escolas, de uma visão esquerdóide da História.

Duas dessas pragas me assustam especialmente. São parentes, são próximas entre si, mas as identifico como duas pragas distintas. Uma delas poderia ser chamada de a nossa lógica é diferente da lógica, e tudo bem. A outra é nós somos os únicos donos da verdade e da bondade.

Um post que circulou nesta terça-feira nas redes sociais, e um fascinante artigo de Miguel De Almeida publicado no Globo, falam dessas pragas, e me incentivaram a fazer este texto.

Fruto de pura e simples indignação, o texto não pretende trazer nada de novo. Eu só gostaria de repetir um conjunto de verdades.

zzzzz gafanhotos

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É sempre bom repetir: o PT lutou pelo impeachment de Collor de Mello, de Itamar Franco, de Fernando Henrique Cardoso – mas, para o PT, impeachment de Dilma Rousseff é golpe.

Apresentou à Câmara dos Deputados dezenas e dezenas de pedidos de impeachment. Parece que foram 80. Fizeram atos públicos pedindo o impeachment de presidentes da República – mas pedir impeachment de petista é golpe.

Contar com Eduardo Cunha na luta pelo impeachment de Dilma é criminoso – mas pedir o apoio de Renan Calheiros, José Sarney, Collor de Mello e mais quem for para barrar o impeachment de Dilma é corretíssimo. Em boa hora circulou no Twitter uma frase lembrando isso.

O lulo-petismo sempre foi assim: são dois pesos e duas medidas.

Se é o PT que faz, é santo. Se é o adversário político que faz exatamente a mesma coisa, igualzinha, idêntica, aí é crime, é vergonha, é coisa de neoliberal reacionário coxinha zelite de zôio azul.

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Imagine-se se FHC falasse do grelo duro de algumas mulheres. Ou se gozasse uma colega de partido solteira, dizendo que ela acordou feliz porque tinha três homens na casa dela, como o Messias do Triplex fez com Clara Ant, diretora do Instituto Lula.

Se fosse o FHC, o mundo cairia. 458 entidades femininas fariam abaixo-assinados, passeatas, impetrariam ações no STF, no Tribunal de Haia, na ONU. Iriam ao Vaticano pedir a excomunhão dele – embora ele não se declare católico.

Mas, como foi o Lula que falou as tenebrosas baixarias, tudo bem. Ninguém contesta. Os artistas cariocas e baianos, os intelectuais, os juristas que esperneiam contra o processo de impeachment da presidente ficam todos caladinhos. As ministras ou ex-ministras dos Direitos Humanos, dos Direitos das Mulheres, dos Direitos das Minorias, essas não dão um pio. Benedita da Silva, quietinha. Jandira Feghalli, silenciosa. Marilena Chauí? Ah, a classe média, diz ela, é um horror, o atraso de vida.

No fundo, devem morrer de rir da piada, porque piada que o Grande Chefe conta é sempre engraçada.

Essa lógica dos lulo-petistas e simpatizantes – a nossa lógica é diferente da lógica, e tudo bem – é nojenta. É de causar asco. É uma agressão à inteligência.

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Há os que mamam em algumas das milhares de tetas que o lulo-petismo abriu no governo, nas estatais. Esses, dá para entender. Não dá para suportar, mas dá para entender.

Há os que ganham os R$ 30,00 e o sanduíche de mortadela para ir às manifestações. Esses, dá para entender. Não dá para apoiar, mas dá para entender.

Há os fiéis seguidores da seita, os que são cegos e surdos como os seguidores do Estado Islâmico. Se são cegos e surdos a tudo que não vem do aiatolá da seita, fazer o quê?

Agora, quando é neguinho que teve a oportunidade de estudar, que vive de algum tipo produção artística ou de produção intelectual, e defende essa lógica que afronta a lógica, aí não para entender.

Desonestidade intelectual não dá para admitir.

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Os artistas e intelectuais do lulo-petralhismo não são nada inocentes (bem ao contrário, são bastante espertos, e estão todos muito bem de vida), mas são bastante úteis no esforço global da seita para difundir a idéia do nós somos os únicos donos da verdade e da bondade.

Qualquer pessoa que lê jornal, que tem o mínimo de informação, sabe perfeitamente que faz alguns anos que Lula, o Messias do Triplex, não entra num avião de carreira. Só voa em jatinho. Mas ele pode berrar, com aquela voz de fazer um frade de pedra vomitar de asco, pode trombetear, pode perdigotar que a zelite não gosta do PT porque o PT botou pobre e preto no avião, na Universidade. Na Avenida Paulista, na manifestação de 17/4, o dia da votação do impeachment na Câmara, havia alguns milhares de pessoas que perderam seus empregos por causa da inépcia, da incompetência, do governo lulo-petista, que enfiou o país na mais grave recessão da História. Milhares e milhares de desempregados tentando garantir um dinheirinho vendendo água, cerveja, apito, camiseta.

Mas o discurso oficial é de que o PT botou pobre e preto nos aviões e nas universidades, e a zelites reacionárias coxinhas filhas da mãe não perdoam o PT por isso.

Nós somos os únicos donos da verdade e da bondade.

Os programas sociais foram implantados durante o governo FHC, em boa parte pela ação de Ruth Cardoso; foram massificados durante o primeiro governo Lula, que parou de exigir qualquer contrapartida dos beneficiários – mas, segundo Evangelho do Messias do Triplex, nós somos os únicos donos da verdade e da bondade, e quem não está conosco é zelite coxinha filho da mãe reacionário neoliberal e quer acabar com o Bolsa Família.

Qualquer proposta séria, consequente, de combate à desigualdade social, de luta contra o que leva à miséria, será sempre escorraçada pelos donos da verdade e da bondade, porque só eles sabem como combater a desigualdade social, a miséria.

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Quanto tempo será que o Egito demorou para se ver livre das Sete Pragas? Não me lembro ter lido isso nas histórias do Evangelho.

As 70 mil pragas (imaginando um número assim por baixo) deixadas pelo lulo-petralhismo, o Brasil vai levar muito, muito tempo para se livrar delas.

Por tudo isso, nobres senhores senadores, vamos em frente. O país tem pressa.

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Transcrevo abaixo o ótimo artigo que me levou a escrever estas indignadas e mal traçadas.

Querida Fernandinha Torres

Artigo de Miguel de Almeida, no Globo de 19/4/2016.

O espírito do sindicalismo de resultados, ora vigente, inaugurou o artista que luta pela censura, o mercenário digital e ainda (talvez o pior de todos) o feminismo de oportunismos. Tudo isso nos levou a ser um país de covardes intelectuais. Até o momento em que escrevo, nenhuma intelectual de peso (mesmo peso-leve) marcou posição contrária à patacoada praticada pela ex-amante abandonada (na Europa) Mirian Dutra contra Fernando Henrique Cardoso, ao bullying desonesto sofrido por Fernandinha Torres e ao seco comentário do ex-ministro Lula acerca do grelo duro de suas companheiras.

Pelo contrário. O feminismo de oportunismos se alia ao silêncio dito estratégico em nome da causa. São traições (ao gênero), omissões (dos fatos) e canalhices (ideológicas). Um companheiro (ora nos ares da República de Curitiba), irritado com a oposição da brava Luciana Genro, se referiu a 1940, quando o chacal de Stalin, Ramón Mercader, assassinou Leon Trostsky. Quis o destino que o detido para esclarecimentos revelasse ao público a matriz do atual clima stalinista de perseguições, do empoçamento de biografias e do falseamento de informações. A História não perdoou os cães de Stálin e não o fará com os vira-latas brasileiros.

De novo não vi nenhuma intelectual brandir armas em defesa de Luciana Genro. É possível que também tenha me fugido algum comentário das feministas em defesa da jornalista Debora Bergamasco, acusada (!) de ser ex-amante do José Eduardo Cardozo. Bergamasco fez uma reportagem contra o governo. Vira e mexe (com respeito) informações de coxia trazidas à tona pela colunista Monica Bergamo são creditadas a seus namorados!

Ouvi, com esses ouvidos que já ouviram cumprimentos respeitosos de Chet Baker e Miles Davis, da deputada Maria do Rosário, com seu jeitinho papa-hóstia, a defesa do uso da expressão grelo duro violentada pelo companheiro Lula. Jacques Passivo Wagner esbravejou quando Aécio Neves qualificou a candidata Dilma Rousseff como leviana, com a mentira de que leviana é sinônimo de mulher da vida no Nordeste. Como Aécio só conhece o Leblon, ficou com aquela cara de cliente da Osklen quando não encontra seu número e não peitou dizendo que nem no Brega da baixo Castro Alves, em Salvador, leviana pode ser visto como palavrão. Com esforço sintático, apenas mulher leviana é tomado por insulto. Mesmo assim vai depender de quantas doses estão na cachola… Pois Maria do Rosário, em seu estilo verão-quermesse, atenuou, assoprou e aliviou Lula pela referência baixo ventre ao grelo duro de suas companheiras. Estivesse na boca de José Serra e ele teria de localizar a travessa Gregório Duvivier sem Waze.

A causa, a causa. À esquerda e à direita.

Fernandinha Torres escreveu incrível artigo sobre sua condição de mulher. Foi mais xingada, amaldiçoada e vilipendiada do que fiel que bebeu o dízimo. O que ela fez? Escreveu um mea-culpa — e mesmo assim continuou a ser xingada. Blogueiras e outras ativistas não aceitaram suas desculpas. Pobre Fernanda: acostumada aos aplausos por seu talento dramático e de escritora, arriou frente ao tiroteio vindo das hostes onde grassam raciocínios dolosos, formulações tapa-sexo e inveja de mulher bonita e inteligente. Fernanda, você deveria saber que a pior de todas são as inimigas íntimas, querida.

O silêncio feminista à delação (premiada?) de Mirian Dutra esconde a luta política contra o grão-tucano FHC. A história irá perdoar o zíper fechado adotado por renhidas feministas como Marilena Chauí, Maria da Conceição Tavares e José de Abreu? Imagine se Patrícia Galvão não pegaria em armas para criticar o feminismo de oportunistas.

19/4/2016

2 Comentários para “As 70 mil pragas do lulo-petismo”

  1. O ponto depende da visão, uma visão a zarolha defoma o ponto.
    A visão do coxinha distorce as verdades.
    O texto inspirado da epopéia de verdades busca tão somente demonstar que existem bons artistas e intelectuais que compactuam as suas verdades. A debilóide idéia de contrapor a talentosa,bela e simpática Fernandinha Torres a mãe Fernandona (com fê grande), ao Chico, ao boboca ZéAbreu é singela.
    Miguel de Almeida faz o contraponto com autoridade, fala de machismo e feminismo com galhardia e faz jus ao salário de coxinha que os Marinho lhe pagam. Seu texto pontuado de machismo e falso feminismo serviu de inspiração outro texto propagado de verdades verdadeiras e incontestáveis que deagua na indignação de quem atrasado na históia, tardiamente tenta se redimir mas se nutrindo da opinião alheia.
    Vovô deveia saber que grelo duro e pica dura são retórica inconveniente mas servem para indica homem ou mulher valente ou corajosa.
    Coragem para constata a verdade expressa no texto do vovô.
    “Nós somos os únicos donos da verdade e da bondade”.
    Está verdade petista leva a uma afirmação tucana de que eles também são donos da verdade. Resumindo enquanto o governants se alternam no execício da sua verdade o militante retadado tomou conhecimento dos milhares de ambulantes que ganham vendendo picolí, água, biscoito globo enfentando o tráfego diári da marginal Tietê durante anos e anos e que as vezes fazem extra nas Avenidas Paulista e Atlântica vendendo pixulecos aos coxinhas. Com cero retardo o miltante tomou contato com a verdade, a verdade de com crise ou sem crise o povão não faz a festa nas avenidas, trabalha por ele e pelos coxinhas, pelo PIB, pelo governo, pelo pato da FIESP. O militante retardado lamenta a falta do pleno emprego, do salário e renda, do Pibão. Há retardo que vem para o bem.
    Pior é acreditar que Cunha por estar respondendo a inquérito crime não poderá assumir a presidência da república na falta do presidente.

  2. “Desonestidade intelectual não dá para admitir.”, diz o Vaz.
    O Sr. Vaz poderá aplicar a frase a si próprio:

    “herança maldita que o PT está deixando
    (…)
    como a institucionalização da imoralidade no trato da coisa pública”

    Tenta atribuir isso ao PT, mas quem o fez foi o Rei D. João VI, a partir de 1808 (Aspones/ Banco do Brasil).

    “Qualquer proposta séria, consequente, de combate à desigualdade social, de luta contra o que leva à miséria, será sempre escorraçada pelos donos da verdade”

    O Programa Fome Zero, muito bom, que trazia a federalização do combate à fome, foi destruído pelos prefeitos Brasil afora, e não pelo PT – este acabou com o Fome Zero por pressão dos prefeitos mesmo.

    Quando acontece um crime ambiental como o da Vale/Samarco, os prefeitos querem, eles próprios, administrar os recursos liberados…

    “Desonestidade intelectual não dá para admitir.” Não dá mesmo.

    Existem mais pessoas que “esperneiam contra o processo de impeachment da presidente”: por exemplo: a imprensa internacional, que não demonstra rabo preso com o atual sistema brasileiro, ao contrário do PIG e Companhia. Os gringos, que entendem de democracia e sentimento republicano muito mais que o PIG, deram visões mais honestas acercado impedimento da Dilma.

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