Drauzio Varela escreveu um texto em que fala de pesquisas de universidades que buscam comprovar que, quando em uma cultura não há submissão das mulheres, a possibilidade de guerras e violência diminui muito. São estudos que varrem a história das humanidade. Eu, sem ser senhor de nenhuma delas, vivo cercado de mulheres.
Desde pequeno, com as quatro irmãs e a mãe. Casado, com a mulher e as filhas e uma delas, antes de um neto, me presenteou com uma neta, jóia rara de imenso valor.
Na vida, mulheres continuaram me cercando de amizade, afeto, compreensão, intuição, delicadeza e inteligência. Não que elas sejam perfeitas e não existam homens que carreguem na alma ações e sentimentos que machistas estúpidos não entendem e clamam ser coisa de mulher.
O certo é que o ardor guerreiro aflora muito mais onde se trata desigualmente as mulheres, os negros, os pobres. Daí é que surgem as reações que têm momento de início mas nunca se sabe até onde e quando irão. Onde há parceria, há compreensão. Se isso vale para a vida particular de cada um de nós, na esfera coletiva a história já demonstrou e continua a demonstrar nos campos de guerra dos nossos dias.
Toda dominação é perversa, desumana e busca a exclusão ou o controle sobre o outro. Os poderosos não enxergam adversários ou pensamentos diferentes. Só vêem inimigos a ser destruídos, extirpados. Democracia é um conceito impossível de ser aceito por esse tipo de gente, mesmo quando louvam em palavras o seu valor.
O governo de todos e para todos, ideal a ser perseguido por todo humanista, talvez seja mesmo coisa de mulher. E eu estou com elas. Sempre estive.
Estou lendo um livro de Juan Arías, teólogo e jornalista do jornal El País, sobre Madalena, apóstola de Cristo e não a prostituta arrependida descrita por alguns evangelistas. Não vou tratar hoje dessa questão, mas me ilumina essa idéia de um mensageiro, Jesus, acompanhado por apóstolos machos e também por mulheres.
Não reivindico aqui o poder para as mulheres, pois seria apenas trocar de dono para dona. O seis por meia dúzia de que tanto falam no campo dos esportes.
E não sei se é com cotas que melhor se combate essa e outras desigualdades. A questão, como todas as essenciais para a raça humana, é de cultura. A primeira mestra de todos nós é nossa mãe. Dela é que pode partir a revolução que pode transformar as crianças de hoje em homens melhores no amanhã. É dela, com beijos, abraços e verdade é que deve vir o ensinamento que transformará nossa sociedade através do novo homem. O homem filho da mãe será parceiro e igual a todos os seus semelhantes.
Esta crônica foi originalmente publicada no Estado de Minas, em novembro de 2012.
Ao contrário do Brant antevejo o poder nas mãos das mulheres. Uma sociedade como a das abelhas ou formigas me intriga. Viva a mulher!