“Eu, Polidoro.” Essas eram as primeiras palavras de um texto curto que eu teria de dizer. Depois eu morria. Acho que minha magreza naqueles tempos inspirou meus colegas a me indicarem para o papel na peça dirigida pelo professor Ítalo Mudado. Continue lendo “Eu, Polidoro”
Carnaval, carnavais
Não vou ao carnaval, o carnaval vem a mim em forma de lembrança e de um certo otimismo quanto ao que virá. Essa segunda parte se deve a um movimento que sinto na cidade. Continue lendo “Carnaval, carnavais”
Conversa antiga
(Sábado frio, chuva fina, melhor sossegar em casa, ler um livro. Antigo, de preferência. Combina com dias assim, mais sombra que luz. Continue lendo “Conversa antiga”
A planície olha o planalto
Não sou daqueles que acham que o mundo piorou. Nem sou como o Pangloss, de Voltaire, que dizia que estamos no melhor dos mundos e tudo vai pelo melhor. Continue lendo “A planície olha o planalto”
Vamos ler o Bartô
Quando se morre não há mais possibilidade de página em branco, a obra está completa. É deixar de existir e passar a ser, diriam os existencialistas, se é que aprendi bem a lição. Fechado e imutável, porém, o livro está ali, pronto para ser lido e desvendado. Continue lendo “Vamos ler o Bartô”
A mulher música
Acordei naquele dia 19 de janeiro do ano de 1982 com duas tarefas, uma burocrática e outra, poética. Saí pela manhã em direção ao banco para tratar de assuntos tributários que já nos afligiam em todo o começo de ano. Continue lendo “A mulher música”
Tardinha, noitinha
— A gente já não pode mais se espantar com coisa nenhuma nesse mundo, compadre.
Na cozinha da fazenda, mesa de madeira, bancos também, chão de tijolos, fogão de lenha, paredes enfumaçadas, a cena se repetia, diariamente. Continue lendo “Tardinha, noitinha”
Padre Mamão e o ministro Bezerra
No Colégio Arnaldo, batina preta e rosto branco, ele gastava com vontade a saliva para ensinar aos meninos os teoremas essenciais da matemática. Tinha clareza e entusiasmo, o que me contagiava. Confesso que o que aprendi naquele ano colou em minha memória. Continue lendo “Padre Mamão e o ministro Bezerra”
Arreda pra lá, 2011
Os falares do Brasil, essa riqueza lingüística contida em nosso idioma único, costumam surpreender os brasileiros que convivem com gente nascida e criada nas várias regiões do país. Continue lendo “Arreda pra lá, 2011”
No vinho, a verdade
Ou na cerveja, no espumante, sei lá. O certo é que, inebriado ou não, a vida tem me ensinado a moderação. Não que eu não tenha cometido ou ainda não cometa exageros. Sou de carne, ossos, emoções e sentimentos, como qualquer um dos meus semelhantes. Mas eu sigo aprendendo e um dia, se der tempo, chego lá. Continue lendo “No vinho, a verdade”
Chove mas não pinga aqui dentro
Impossível não falar na chuva quando ela bate incessantemente nos telhados, alagando ruas, derrubando casas e muros, destruindo esperanças e conquistas. Continue lendo “Chove mas não pinga aqui dentro”
Os meninos e Juan Miró
As crianças de cinco anos aprendem na escola a magia do traço de Juan Miró. São pequenas, mas falam com uma desenvoltura admirável sobre o que aprenderam. As características essenciais da pintura surrealista contrastando com o olhar real de um outro artista, que retrata animais e objetos que todos conhecem. A simples percepção da diferença de foco já é um achado. Continue lendo “Os meninos e Juan Miró”
“Deus existe!”
Hoje, domingo, fui, como faço todos os dias, beber alguma coisa em um determinado boteco no Guarujá. É um boteco do qual gosto muito, ao contrário de minha mulher, que não vê ali atração alguma (acho que as mulheres não costumam ver nada de bom nos botecos em que seus maridos bebem, e eventualmente ficam bêbados). Continue lendo ““Deus existe!””
Viagens sem volta
Há poucos dias, ao terminar a leitura de Crônicas de Papel, livro simpático, e publicação cuidadosa da Editora Mercuryo Jovem, fiquei pensando em sua autora, Januária Alves. Continue lendo “Viagens sem volta”
O mineiro e o minério
Vozes da cidadania me chamam e não posso ignorá-las. Quem anda pelas Minas Gerais se deslumbra com suas surpreendentes paisagens, pelas montanhas, rios e vales. E se enamora de sua gente simples, sábia, pronta para receber com simpatia todos os viajantes. Continue lendo “O mineiro e o minério”