Em frente à nossa casa havia um muro, com cerca de um metro de altura e mais de vinte centímetros de largura. Baixo e largo, acabou virando um imenso banco onde os estudantes se assentavam à espera do ônibus que os levaria ao Colégio Estadual. Continue lendo “O muro e a grade”
A descoberta de um novo amor
Como um raio que nos enche de emoção, a paixão inesperada às vezes nos invade e revolve nosso coração, nosso corpo, nossa sensibilidade. Damos e recebemos choques que não machucam, apenas arrepiam, estremecem e alegram. Continue lendo “A descoberta de um novo amor”
A primeira palavra lida
A mãe foi atender ao telefone e deixou a filha diante do computador. Na volta, a menina perguntou: “mãe, o que é cadastrar?” Por que ela queria saber isso?, foi a resposta. “É que eu li aqui”, apontou para a tela. Continue lendo “A primeira palavra lida”
Uma formiguinha
Era uma vez uma formiguinha que saiu pra passear, andou, andou, andou, despencou. Isso é cantado enquanto um dedo matreiro vai fazendo cócegas na criança, que quase se desmancha e rola de rir. Pode ser assim, simples, o jeito de levar a vida. Não é mania atual, sempre houve, mas como está ocorrendo agora, no presente, fico alarmado com o excesso de complicação no falar, no agir e no pensar de tanta gente. Continue lendo “Uma formiguinha”
O país não é uma igreja
O domingo deveria ser de descanso, de repouso dos guerreiros. Depois de trabalhar toda a semana, o cidadão imagina poder se entregar aos braços de Morfeu, sem culpa. Ficar igual celular, quando é ligado, procurando rede. Continue lendo “O país não é uma igreja”
Cadê seu pai, vô?
Um no colo do outro, avô e neto conversam. Continue lendo “Cadê seu pai, vô?”
Ao vivo e em preto e branco
Coisas antigas, mas valem ser lembradas. Fui, há muitos anos, televizinho. Palavra que, hoje, quase ninguém sabe o que significa. Era um tempo em que o Brasil era mais pobre mas a miséria, menor. A televisão, a maior das novidades, onde já se viu rádio com imagem? Continue lendo “Ao vivo e em preto e branco”
Olha o outono aí, gente
O frio que faz lá fora costuma bater na alma. E o agasalho que cobre o corpo não aquece o coração nesses momentos. Examinando bem, é apenas um arrepio de susto, que logo passa. Continue lendo “Olha o outono aí, gente”
Se não está, ainda estará nos dicionários
Resolvi fatiar o dia com uma pequena sesta antes do anoitecer. Certas tardes exigem um reforço de sono, para que a mente descanse e as energias da criação possam ser ativadas. Continue lendo “Se não está, ainda estará nos dicionários”
O nome de Thor
O nome de Thor, filho de Eike Batista, envolvido no acidente com o ciclista na Baixada Fluminense, remete automaticamente ao personagem principal da mitologia nórdica. Lá, o deus Thor é uma espécie de Zeus, cuja contrapartida ao Olimpo é Asgard. Continue lendo “O nome de Thor”
Os poetas
Os poetas escrevem versos e os enviam aos leitores como carta de náufrago. Não têm esperança de serem muito lidos, mas almejam pelo menos a atenção dos colegas de profissão. Continue lendo “Os poetas”
O direito de ir e vir
A moça síria e o moço druso se amam e querem viver juntos. Eles se conheceram em Damasco, estudantes. Entre o gostar e o viver juntos, porém, existe uma barreira desumana. Um muro, uma fronteira canalha como tudo o que existe para impedir que homens e mulheres convivam normalmente. Continue lendo “O direito de ir e vir”
Eu, Polidoro
“Eu, Polidoro.” Essas eram as primeiras palavras de um texto curto que eu teria de dizer. Depois eu morria. Acho que minha magreza naqueles tempos inspirou meus colegas a me indicarem para o papel na peça dirigida pelo professor Ítalo Mudado. Continue lendo “Eu, Polidoro”
Carnaval, carnavais
Não vou ao carnaval, o carnaval vem a mim em forma de lembrança e de um certo otimismo quanto ao que virá. Essa segunda parte se deve a um movimento que sinto na cidade. Continue lendo “Carnaval, carnavais”
Conversa antiga
(Sábado frio, chuva fina, melhor sossegar em casa, ler um livro. Antigo, de preferência. Combina com dias assim, mais sombra que luz. Continue lendo “Conversa antiga”