A importância do cachorro na cidade vertical

Não se trata de uma tese, daquelas acadêmicas. Caso contrário, haveria uma preposição no título da coluna (“Da importância do cachorro na cidade vertical”), as palavras e locuções “contudo”, “todavia”, “com efeito” seriam grafadas várias vezes. Haveria, claro, pelo menos cinco citações, três de autores estrangeiros, talvez até no original. Continue lendo “A importância do cachorro na cidade vertical”

Três estações

Sonhei que estava indo para Maracangalha, com o chapéu de palha, o linforme branco e a Nália de Dorival Caymmi. Acordei em Lisboa, com as meninas do Amaranto, flores amarelas do nosso sol, cantando coisas belas sobre o rio, o mar e a terra que amamos, regidos pelo talento de Geraldo Vianna. Fazia frio ou calor lá fora? Continue lendo “Três estações”

A paradinha

Há momentos na vida que são tão surpreendentes, mas tão inesperados, que nossa cabeça e nosso coração dão uma paradinha, é coisa de nanosmilionésimos de segundos, mas tudo pára e ficamos meio atônitos…
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O Conde Boa Morte

Andava pela cidade vestido de negro. Dizia que sua cama era um caixão. Era poeta e, além de circular pela metrópole, ia às escolas. Lembro-me dele visitando o Colégio Estadual, desfilando seus trajes, seu palavreado erudito, suas criações poéticas. Continue lendo “O Conde Boa Morte”

Não sou manada

No mesmo passo apressado em que avança a tecnologia, trazendo inegáveis benefícios para a humanidade, o não pensar, o pensar em bloco e a massificação parecem confirmar o receio de Albert Einsten com a possibilidade de uma geração de idiotas tomar conta do mundo. Há muita velocidade e pouco pensamento. Continue lendo “Não sou manada”

Vagando e divagando no carnaval

Passeio de carro pelas ruas vazias de gente e carnaval. Sei que é cedo ainda para os blocos se espalharem pelos vários cantos da cidade. A festa está crescendo por aqui, cada bairro organizando sua folia, a animação reúne vizinhos, amigos e famílias para as comemorações regadas a marchas e sambas de sempre. Continue lendo “Vagando e divagando no carnaval”

O pintor e o menino

Guignard pintava sonhos e os distribuía para os que o conheciam, os que o procuravam, os que o protegiam. Ensinou pintura para uma geração de artistas mineiros na escola que comandou no parque municipal de Belo Horizonte. Conheci muitos de seus discípulos, admiradores de suas lições, seguidores de sua estética. Continue lendo “O pintor e o menino”

Quosque tandem?

Meu baú de esperança parece não ter fundo. Por mais que os fatos insistam em jogar baldes e baldes de água fria em minhas crenças eu, teimoso, costumo agir como diz a minha letra de “Coração Civil”: “se o poeta é o que sonha o que vai ser real, bom sonhar coisas boas que o homem faz e esperar pelos frutos no quintal”. Continue lendo “Quosque tandem?”

O primeiro mês

Em janeiro, a cidade não parece a mesma dos outros meses. Tempo de férias para alguns, é hora de ir para as praias, esticar as pernas na areia, sem lenço, horário ou documento. Os mineiros assumem o controle do litoral brasileiro, com sua graça, sua descontração, sua fome de aproveitar tudo o que merecem. Continue lendo “O primeiro mês”

Stanislaw Ponte Preta

Enquanto degusto a maçã verde que separei para o fim da tarde desse calmo janeiro, penso no cronista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que faria 90 anos na última sexta-feira. Não foi muito lembrada essa data, ao contrário dos justos festejos dedicados ao centenário de Rubem Braga. Cada um teve sua importância e seus escritos estão aí para comprovar. Continue lendo “Stanislaw Ponte Preta”

Saudade do Vera Cruz

Recebo, por e-mail, um filme antigo do Governo chamado “condenado pelo progresso”. Uma insossa cantilena, com imagens de uma ferrovia quase abandonada, querendo justificar que o desenvolvimento do país não combinava com as estradas de ferro. Quanta mentira já se usou para justificar o injustificável. Continue lendo “Saudade do Vera Cruz”

Feliz tudo para todos

Gosto desta época do ano, de festas, principalmente porque é um tempo em que as pessoas desaceleram o ritmo de trabalho, encontram hora para alegria e abraços, fazem projetos para o próximo ano que nem sempre cumprirão. Mas são momentos de relaxamento que fazem bem a qualquer um. Continue lendo “Feliz tudo para todos”