Território de brincar

Desci do táxi para cumprir uma tarefa bem mineira, comprar queijos. Fiz o que tinha de fazer e saí para a rua, satisfeito. Aquele quarteirão de rua me conhece bem e eu o conheço também. Fui parar ali com 9 anos e por três anos e meio aquele foi meu lugar, minha primeira casa em Belo Horizonte. Continue lendo “Território de brincar”

Pouco pode ser muito

Penso na fisioterapia. O paciente está com dores, dificuldade de se movimentar, incômodos musculares ou na coluna vertebral. Posturas inadequadas ou aflições afins. O profissional lhe ensina pequenos exercícios, curtos e localizados, gestos que aparentemente nada têm a ver com seu padecer. Continue lendo “Pouco pode ser muito”

Made in China

Faz tempo, deixei de trocar a roupa, pela manhã, entrar no carro,  esperar o motor aquecer (mania de velho). No somenos, espiar pelo “olho mágico” do portão da garagem para ver se “eles” não estão à espera de que eu saia para me assaltar. Continue lendo “Made in China”

Presença humana

Meus pais me olham através do retrato. Sinto a presença deles. É para isso que pomos as fotografias das pessoas que gostamos na parede. Para que em dado momento do dia, em hora que estamos à procura de algo, nos deparemos com olhares que sempre nos acompanharam e que não estão mais ao nosso alcance. Continue lendo “Presença humana”

O céu na cabeça

Asterix, Obelix e seus amigos gauleses topavam qualquer parada, briga ou guerra. Temiam apenas que o céu caísse sobre suas cabeças. Em nossa realidade, temos motivos para nos preocupar que algo vindo de cima nos alcance. Caso dos meteoritos ou mesmo dos raios. Continue lendo “O céu na cabeça”

Jango

Era Semana Santa. Estava em Diamantina, depois de alguns anos de ausência. As mesmas pedras capistranas em que eu corria atrás de bola até meus nove anos estavam lá. As mesmas igrejas, a mesma paisagem, o mesmo povo simples. Continue lendo “Jango”

O livrinho e o Supremo

Primeiro eu digo que sou filho de Juiz de Direito e aprendi, desde menino, a valorizar esse tipo de gente que se dedica a resolver conflitos e aplicar, com conhecimento e sensatez, a Justiça. Mais que a lei, a Justiça, pois a legislação que foge do bom direito não deve prosperar, tem de ser revogada. Continue lendo “O livrinho e o Supremo”

Era de madrugada

A lembrança da infância me visita e numa das imagens rememoradas me vejo olhando, da janela da cozinha, para o quintal enorme da casa em que morávamos em Diamantina. Era uma casa que tinha sido, provisoriamente, escola.  Tanto que ainda restavam, em cada quarto dela, a inscrição sala 1, 2, ou 3. Continue lendo “Era de madrugada”

Invento o cais

Quando a vida lá fora se faz quase insuportável, quando o mundo pesa nos ombros, a primeira coisa que faço é abrir a tela do computador e me envolver na imagem da Clara e do Lucas no colo do avô. É um oásis, uma vereda no grande sertão de minha  vida. Faço como Ronaldo Bastos e Milton: invento o cais. Continue lendo “Invento o cais”

Palavras, conceitos

Ética. A palavrinha de cinco letras e um acento perdeu a vez no regimento interno do Senado. Foi despejada durante a elaboração do novo texto do regulamento. Muita gente protestou, mas a verdade é que ali não havia lugar para ela. Continue lendo “Palavras, conceitos”

Rua Caminho do Carro

Um dia, naquelas minhas frequentes conversas com o Tavinho Moura, apresentei a ele uma lista de títulos de futuras canções, todas referentes à minha querida Diamantina. Nomes lindos e sugestivos de ruas, becos e espaços que eu guardara na memória de minha infância. Continue lendo “Rua Caminho do Carro”

Os coronéis

Eu  me lembro de ouvir casos, na infância, de coronéis que mandavam e desmandavam em  suas terras. Eram chefes políticos que se sentiam donos do território e das pessoas. Exerciam um poder quase absoluto. Continue lendo “Os coronéis”

Perguntas sem respostas

É comum nos relacionamentos sociais que as pessoas, postas diante de um questionamento incômodo, saiam pela tangente e façam um discurso inteiramente diverso do que lhes foi perguntado. Políticos, então, são mestres nesse ofício. Falam o que querem, desprezando o interlocutor. Continue lendo “Perguntas sem respostas”