Dia das crianças, dias das mães e dos pais, dia do índio, dia da mulher, dia do negro. Uns foram criados pelo comércio, ávido de aumentar seu faturamento. Outros lembram lutas centenárias. Mas confesso não assimilar bem essas efemérides. Continue lendo “A criança e o brinquedo (primeira parte)”
A luva branca
Usava luvas. E, filho de mãe de origem francesa, uma desiludida bengala aristocrática. Escrevia tão bem como se vestia. Uma elegância céptica em cada frase. Um elaborado ritmo descritivo que sugere acção e intriga onde acção e intriga quase não existem. É preciso talento. E combinar bem tumultuosos substantivos com discretos adjectivos. Continue lendo “A luva branca”
O bocejo das urnas
Para quem se dedica a olhar o mundo pelo universo das redes sociais, ou até mesmo da imprensa convencional, o segundo turno das eleições, principalmente as de prefeito de São Paulo, parece antecipar a batalha do Armageddon – o conflito final. Continue lendo “O bocejo das urnas”
Duas semanas sem As Más Notícia
Nesta sexta-feira, 19, e também na próxima, 26, o 50 Anos de Textos deixa de publicar As más notícias do país de Dilma. Continue lendo “Duas semanas sem As Más Notícia”
Os com-moral
Derrotado no primeiro turno por Paulo Maluf, por 32,2% contra 22,9%, e com apenas 70 mil votos de frente sobre a terceira colocada Marta Suplicy, em 1998, Mario Covas virou o jogo e se reelegeu a partir de um mote único: moral. Continue lendo “Os com-moral”
Sai a gentileza, voltam os abutres
Existem pessoas que odeiam os autores, os criadores de arte. Penso que andava distraído ou poetando, pois não me dava conta desse fato. Talvez por ligar esse sentimento negativo às ditaduras, que não suportam o pensamento livre, as opiniões diversas das suas. Continue lendo “Sai a gentileza, voltam os abutres”
Três balas e uma laranja
Enterremos hoje os nossos sonhos como ontem Michael Corleone enterrou os dele. Foi no primeiro, o mais perfeito The Godfather. Don Vito Corleone já fora baleado antes. Ouvira-se o barulho seco dos tiros e o Padrinho dançara hesitante, um pé a fugir ao outro, o vulto patriarcal a tombar sobre uma banca da fruta e legumes. Duas, talvez três balas no corpo, e uma laranja a rolar no cansado alcatrão. Continue lendo “Três balas e uma laranja”
O bêbado moderado
Ele foi ao bar beber com moderação. Com moderação, tomou a primeira, a segunda, a terceira. Moderadamente, pediu a quarta, a quinta, a sexta. Cada vez mais moderado, encheu a cara. Continue lendo “O bêbado moderado”
Alegria sem graça
Estava muito alegre ao abrir o jornal ontem e ver aquela série de fotos de todos os condenados pelo STF, com os crimes cometidos por eles bem explicados ao lado, quando então fui tomada por um sentimento de tristeza e desânimo acentuado. Continue lendo “Alegria sem graça”
Caíram as pedras do muro
Sim, o ex-presidente Lula tem razão: estamos preocupados com o Palmeiras ameaçado pelo fantasma da série B. Continue lendo “Caíram as pedras do muro”
Más notícias do país de Dilma (72)
A novilíngua do lulo-petismo continua dando seus frutos. Blecaute, durante o governo dos outros, é apagão. Blecaute, no governo lulo-petista, é “apaguinho”. Continue lendo “Más notícias do país de Dilma (72)”
A connection of 43 years
They didn’t have the Internet, but old time letters did it.
Writing each other consistently, Delza de Assis Viana, Brazilian, and Jean-Claude Valognes, French, have built a friendship that has spanned more than four decades. Continue lendo “A connection of 43 years”
O trem supersônico
Êta trem bão. Desde que trocou Arraialzinho por Belo Horizonte, Marquinho sempre deu um jeito de se dar bem. Agora havia voltado para, como disse, “assumir a prefeitura”. Cada vez que um morador falava “Êta trem bão”, repetia o slogan da campanha do candidato. Continue lendo “O trem supersônico”
“Do you ever read the books you burn?”
A pergunta é feita por uma das duas personagens interpretadas por Julie Christie, a musa, a deusa, ao protagonista da história, o bombeiro-queimador de livros feito por Oskar Werner, em seu segundo filme sob a batuta de François Truffaut, apenas quatro anos após Jules et Jim. Continue lendo ““Do you ever read the books you burn?””
A eleição da ética
Os resultados das urnas podem até não confirmar de todo a premissa, mas as eleições de 2012 conseguiram reacender parâmetros éticos há muito desprezados por muitos. Sanear e punir são os primeiros – e enormes – passos nessa direção. Continue lendo “A eleição da ética”