É fogo

O fogo é belo e fascina. Mas ele bem longe de nós. O fogo é medonho, aterrorizante, tudo a ver com o inferno. Houve um tempo, em minha juventude em Belo Horizonte, em que não era incomum grandes prédios da avenida principal se consumirem em chamas. Continue lendo “É fogo”

Nossa Senhora salvou o Citizen Kane

zzmanuel

Dei­xem lá agora Orson Wel­les e pres­tem aten­ção a Joe Breen. Filho de cato­li­cís­si­mos irlan­de­ses, edu­cado numa boa escola cató­lica de Fila­dél­fia, che­gou a ser um inó­cuo repór­ter, fun­ci­o­ná­rio público até. Mas não foi isso, nem ter-se casado com a namo­ra­di­nha da escola, a quem fez seis lin­dos filhos, que o fez pas­sar à his­tó­ria. Continue lendo “Nossa Senhora salvou o Citizen Kane”

Mistérios (e ministérios) insondáveis

Não é à toa que dona Dilma está com olheiras profundas. Deve ser complicado montar e administrar um governo com 39 ministros. E o que fazer quando essas 39 figuras pertencem a 10 partidos diferentes? Todos ambicionando a mesma coisa: mais poder? Continue lendo “Mistérios (e ministérios) insondáveis”

Não gostamos do final da novela e resolvemos queimar um ônibus

Aqui em casa não gostamos do final da novela e resolvemos ir à avenida queimar um ônibus. Depois, achamos mais prático jogar o lixo na rua e pôr fogo. Convoquei primeiro o Jorge, meu vizinho à direita. Foi muito malcriado, escreveu que já estava de pijama e pronto para a cama, e não tinha nenhuma bossa para vândalo, o bundão. Continue lendo “Não gostamos do final da novela e resolvemos queimar um ônibus”

Pete Seeger, o imprescindível

MUSICIAN PETE SEEGER SINGS AMAZING GRACE DURING A CONCERT CELEBRATING HIS 90TH BIRTHDAY IN NEW YORK

Não é muita gente no Brasil que sabe, mas Pete Seeger é uma das figuras mais fundamentais da música popular americana, e portanto do mundo. Sua estatura, importância e influência só podem ser comparadas às de monstros como Louis Armstrong no jazz, George e Ira Gershwin na grande canção, Elvis Presley no rock ou Bob Dylan no conjunto de quase todos os gêneros da música feita nos Estados Unidos. Continue lendo “Pete Seeger, o imprescindível”

Simplesmente Dilma

Dilma Rousseff se rendeu ao Fórum Econômico Mundial que até então seu governo preferia esnobar. Lendo um discurso bem escrito, ainda que de lastro duvidoso, a presidente jogou fichas que devem ter arrepiado seus colegas da América bolivariana: definiu o Brasil como o País das oportunidades e convidou os investidores do mundo inteiro para participar dos lucros desta terra prometida. Continue lendo “Simplesmente Dilma”

O poeta e sua dor

Meu aniversário naquele ano eu passei dentro de um avião, indo de Belo Horizonte para a Cidade do México. Ia para um encontro de poetas, “Poetas do Mundo Latino.” Tenho uma desconfiança boa de que, no convite que recebi de Eduardo Langagne para participar do evento, houve um empurrãozinho de Affonso Romano de Sant’Anna. Continue lendo “O poeta e sua dor”

Um rugido de fim de império

zzmanuel

Há um filme sobre o rugido dos anos 20. James Cag­ney e Humph­rey Bogart vivem-no no Roa­ring Twen­ties, de Raoul Walsh. O rugido, pri­meiro rugido impe­rial da Amé­rica, que aca­bara de ganhar essa Grande Guerra que agora faz cem anos, traz a Lei Seca e con­tra­bando, jazz, coris­tas e avi­dez, a pro­li­fe­ra­ção do auto­mó­vel e da urbana morte a tiro. Continue lendo “Um rugido de fim de império”