A leitora

O que um número – 403 – pode significar na vida de uma pessoa apaixonada por livros? No caso de Dena Brandão, significa que ela leu, em seu e-book, essa quantidade de obras em 2019. Nem que tenha sido um pequeno trecho, descartado se não a agradou. O número foi mandado a ela pelo Kindle, da qual é cliente – assídua, como se vê. Continue lendo “A leitora”

O penico

Em um ataque de saudosismo, o senhor Antunes resolveu criar um museu de antiguidades domésticas em sua casa. Pesou no gesto a memória de seus tempos de menino, em um casarão do interior paulista, para os lados de Sorocaba. Agora, bem instalado em uma casa soberba, na capital, pôs mãos à obra. Continue lendo “O penico”

Do Tocantins aos sons dos tempos do onça

Para ouvir a valsa “Carrossel”, com André Kostelanetz e sua orquestra de concerto, girei várias vezes a manivela, movi o braço com a peça onde se encaixa a agulha e baixei-os sobre o disco que girava. Gesto comum nas primeiras décadas de 1900. Se não citei uma corneta, é porque meu gramofone não tem o dispositivo. É um modelo portátil. Continue lendo “Do Tocantins aos sons dos tempos do onça”

Os médicos do jornal

Na época em que redigir notícia produzia barulho – o dos teclados das Olivettis, as máquinas de escrever – o consultório médico do Estadão/JT ficava no térreo da nova sede, na Marginal do Tietê. O médico que nos atendia era um senhor de maneiras conservadoras, com a fala de um avô dando conselhos. Continue lendo “Os médicos do jornal”

Pra que vacina, se o importante é ter arma?

Estimulado pelo presidente da República, comprou uma arma para proteger-se. Saiu à rua para o que desse e viesse. Morreu sem disparar um tiro. Foi pego pelo vírus. Se Bolsonaro tivesse dito “eu quero todo mundo vacinado”, não estaríamos com os mais de 239 mil mortos da pandemia de hoje. Mas o que disse, recentemente, foi: “Eu quero todo mundo armado”. Continue lendo “Pra que vacina, se o importante é ter arma?”

O grilo falante

Ora, o que é isso? Olhei bem e notei que era um grilo. O invasor estava agarrado no lado de dentro da cortina do meu quarto. Explico que estou morando em aprazível condomínio de casas, onde há muito verde, em cidade do Alto Tietê. Uma placa de trânsito, perto de onde moro, mostra o desenho de um jabuti e alerta: “Atenção com nossos animais silvestres”. Continue lendo “O grilo falante”

Quincas Borba à luz de velas

Confesso estar tão atrasado diante da evolução da informática que para mim ferramenta é martelo e serrote. Foi essa realidade que, dias atrás, transformou um apagão ao anoitecer em quase pesadelo. Havia chovido a tarde inteira, água pesada, com raios assustadores e trovões de fim do mundo. Muito natural no lugar para onde me mudei, singela cidade do Alto Tietê. Continue lendo “Quincas Borba à luz de velas”

A cerimônia da vacina

Enfim chega o dia D. O primeiro cidadão brasileiro a receber a vacina, um tiozinho simpático, dessas pessoas que por nada aparentam intensa felicidade, está a postos. A cena se dá em um palanque erguido em frente ao Palácio do Planalto. Ao lado do homem, vê-se a enfermeira, conferindo o medicamento e a seringa, que repousam em uma pequena mesa. Ali está, também, um pequeno estojo, fechado. Continue lendo “A cerimônia da vacina”

Bolsonaro, o novo Zorro. Será?

Bolsonaro poderia ser um herói como o notável espadachim que ganhou as telas dos cinemas há exatamente um século? Aquele que se passava por pessoa refinada (só aí já ferrou a comparação), mas era na verdade um incansável defensor dos pobres e injustiçados contra os poderosos e corruptos? Continue lendo “Bolsonaro, o novo Zorro. Será?”

Frases que cortam que nem peixeira de baiano

É temerário para um redator citar, em mensagem ao editor, um episódio ocorrido entre Bernard Shaw e Winston Churchill. A resposta será uma pauta para ser cumprida, sobre frases memoráveis de personalidades. Felizmente, como é assunto agradável, segue abaixo o resultado de garimpagem no Google. Continue lendo “Frases que cortam que nem peixeira de baiano”

José Maria Mayrink

Os jornalistas que cobriam as Assembléias Gerais da CNBB, em Itaici, circulavam pelos belos jardins do lugar, onde podiam entrevistar os bispos fora dos momentos de reunião. Já acompanhar os trabalhos no auditório onde se reuniam era um tanto penoso. Não para o Mayrink. Continue lendo “José Maria Mayrink”

Assim não há espírito de Natal que aguente

A vida devia ser maravilhosa quando, no Natal, apenas tocavam os sinos. Ou o clássico “Jingle bell, jingle bell”, em corais natalinos. Agora, você passou um sábado ótimo, em sua casa no condomínio fechado, em lugar aprazível, muito verde, andorinhas em árvore da calçada, casal de pica-paus em outra próxima, céu azulíssimo de zero poluição. Continue lendo “Assim não há espírito de Natal que aguente”

Corrupto, o vírus

Besteirol

Bomba! Um cientista desconhecido descobriu a causa do mal que assola e assolou a Humanidade em todos os tempos. Isolou o vírus corrupto, assim batizado por ele. Sim, descobriu que o que provoca a ambição no ser humano de se apropriar de somas de dinheiro, por todos os meios, é um vírus como o da gripe. Continue lendo “Corrupto, o vírus”