Hollywood raramente se engana e nunca se cala

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Ó Mr. Nor­ton, não é só no La Chunga, tam­bém já dan­cei aqui

Para fechar a silly sea­son, e ao fim de dois anos de atu­rado labor inte­lec­tual, autorizo-me uma lista fútil. São epi­só­dios que, de cer­tos fil­mes, teriam feito fil­mes dife­ren­tes. Outros, bem mere­ciam ter dado um filme. Continue lendo “Hollywood raramente se engana e nunca se cala”

Uma ponta de pecado e ar fresco

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Nunca. As coi­sas nunca são o que pare­cem. Basta o exem­plo inso­fis­má­vel de um filme, o inde­cen­tís­simo The Seven Year Itch, que Billy Wil­der rea­li­zou por cima e por baixo das cur­vas de Marilyn Mon­roe. Ela é a vizi­nha de um tipo casado que, por obri­ga­ções pro­fis­si­o­nais, não vai de férias com a famí­lia. Continue lendo “Uma ponta de pecado e ar fresco”

Dinheiro e arte

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O pro­du­tor Samuel Goldwyn nunca ima­gi­nou que do ameno céu de Los Ange­les desa­basse uma tem­pes­tade daque­las. Fizera o melhor, como a tanto o obri­gava dinheiro e arte. Vira uma peça da escri­tora comu­nista Lil­lian Hell­man e gos­tou. Continue lendo “Dinheiro e arte”

As gravuras rupestres de Hitchcock

zzzzzhitchNunca fui a Alta­mira ou às gru­tas de Chau­vet. Tal­vez Hit­ch­cock tenha visi­tado esses museus rupes­tres de tou­ros e feli­nos. Tal­vez a cruel ino­cên­cia dos seus olhos de filho de mer­ce­eiro inglês se tenha espan­tado com as pin­tu­ras de leões e bisontes. Continue lendo “As gravuras rupestres de Hitchcock”

O improvável mecenas

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Eu quero bem que as ves­tais se lixem: a arte deve muito ao crime, à Mafia, a ban­di­dos sór­di­dos que, de repente, têm os seus momen­tos de non­cha­lance. Pelo menos o cinema deve. O cinema ame­ri­cano como o cinema euro­peu. Exceptue-se o actual cinema ale­mão… mas quem, em nome de Cristo, quer saber alguma coisa do actual cinema alemão? Continue lendo “O improvável mecenas”

O dono dos sonhos

zzzzzzzzzmanuel1

Cons­truí­ram a maior máquina de sonhos que a huma­ni­dade conhe­ceu. Tecida a luz e som­bras, cer­zida a estre­las. Tudo pro­jec­tado em milhões de gigan­tes­cos ecrãs que dis­se­mi­na­ram uma diá­fana ilu­são sobre bran­cos e negros, indi­a­nos ou japo­ne­ses. Papuas, mesmo esqui­mós, terão tido a sua con­vul­são a chi­a­ros­curo ou tech­ni­co­lor. Continue lendo “O dono dos sonhos”

O avanço alemão

zzzzzzzalemão

Pode uma nação que arrota com­pre­en­der uma nação que canta?” A lamú­ria é de um ita­li­ano, o gene­ral Sebas­ti­ano, a quem o ger­mâ­nico marechal-de-campo Erwin Rom­mel, acaba de proi­bir que cante as ama­das árias, de Puc­cini ou Verdi. Continue lendo “O avanço alemão”

A cada um a sua way

zzzzzzzzjennifer
Encandearam-no os olhos dela. David O. Selz­nick, o mais pode­roso pro­du­tor de Hollywood, era uma tor­rente de ener­gia, poder e emo­ção. A cabeça, as mãos e os bol­sos dele tinham feito Gone With the Wind. Trou­xera Hit­ch­cock para Hollywood como, mais tarde – já outra huma­ni­dade – se leva­ria Mou­ri­nho para o Chel­sea ou Chamartin.  Continue lendo “A cada um a sua way”

A doença que James Dean inventou

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Ele mor­reu ves­tido den­tro de um Pors­che des­feito. Ela mor­reu nua, numa cama de soli­dão. Há qual­quer coisa em comum na morte deles. Sal­va­guar­da­das as epi­só­di­cas dife­ren­ças, mor­re­ram da mesma morte. Aos des­tro­ços do Pors­che de Dean, aos tor­tu­ra­dos vin­cos dos len­çóis de Marilyn, perfuma-os idên­tica angús­tia.

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