Os meus melhores bons sempre foram maus. Andam para aí a pregar sermões e até importaram uma açucarada expressão americana – role model –, mas a minha América sempre foi outra, a começar pela América da minha rua. Continue lendo “Bang-Bang”
A costela de Adão
Eis que estavam todos postos em sossego curtindo na sombra os preparativos para a eleição de 2014 quando alguém atirou uma pedra no lago e a marola se fez. Continue lendo “A costela de Adão”
O Más Notícias do País de Dilma volta quinta que vem
Norma
Norma Bengell, para mim, faz lembrar um Brasil que parecia que ia dar certo.
Norma Bengell tem um gostinho de anos dourados – aquele período especialmente rico da cultura brasileira, em que tudo era novo: nova capital, bossa nova, início do cinema novo. Continue lendo “Norma”
A jovem bela senhora
Eu acompanhei atento e de perto, o seu parto. Crescia no útero da nação esperançosa. Todos os olhares cidadãos prestavam atenção àquele momento em que se procurava enterrar as mazelas do passado doído e castrador e encomendar um mundo novo. Continue lendo “A jovem bela senhora”
Lessons from Nélida
Nelida Piñon has left. She has also left her mark on us. Continue lendo “Lessons from Nélida”
As boas e as más meninas
Filha de negociantes ricos, menina milionária da 5.ª Avenida, Dorothy Taylor, por aristocrata distracção, casou-se com o conde Di Frasso, em Itália. Continue lendo “As boas e as más meninas”
Sobre suportes físicos, o amor a vida a morte
Jurássico, dinossauro, pré-antigo, cheguei hoje em casa com seis CDs. E feliz da vida.
Os CDs estão acabando. Na verdade – nos dizem todos os dias os arautos da modernidade – todos os suportes físicos estão acabando. Continue lendo “Sobre suportes físicos, o amor a vida a morte”
Os coronéis
Eu me lembro de ouvir casos, na infância, de coronéis que mandavam e desmandavam em suas terras. Eram chefes políticos que se sentiam donos do território e das pessoas. Exerciam um poder quase absoluto. Continue lendo “Os coronéis”
Gozado, o Odair. Cabo eleitoral, e não gostava da urna
Odair era um bom militante do partido. Só tinha um defeito: detestava votar. Fazer boca de urna, fazia, mas ficar na fila, mesmo pequena, encarar o mesário e a urna, não combinava com seu temperamento. Pelo menos é o que dizia. Preferia depois, com calma, justificar a ausência. Continue lendo “Gozado, o Odair. Cabo eleitoral, e não gostava da urna”
Uma mulatíssima Debra Winger
O que se via era um povo em festa, mas talvez fossem só duas ditaduras a beijar-se.
Os meus olhos tinham treze anos. Pouco mais ou menos o que tinham os olhos de Jim, o miúdo inglês que Christian Bale é em Empire of the Sun. Continue lendo “Uma mulatíssima Debra Winger”
Era um lugar bucólico
A rua da nossa casa, quando nela chegamos, em 1979, era de terra. Estava a poucos quarteirões da praça principal de Guarulhos, mas não passava de um lugar bucólico. Nos sentíamos afastados da civilização. Continue lendo “Era um lugar bucólico”
Más notícias do país de Dilma (118)
O PT está há 11 anos no governo e ainda não aprendeu a concessionar serviços públicos – rodovias, ferrovias, aeroportos, portos – nem a atrair a iniciativa privada para participar da exploração daquilo que há anos vem exaltando como o tesouro que fará jorrar maná sobre a cabeça dos brasileiros, o petróleo e o gás do pré-sal. Continue lendo “Más notícias do país de Dilma (118)”
Piracicaba e a arte do riso
Um dedo perdido, membro fantasma que se transforma em consciência crítica, inquisidora. Um dedo que já apontou para falcatruas e mal feitos, mas que agora se volta contra o próprio dono, rasteja em sua direção, sempre em riste, acusando. Continue lendo “Piracicaba e a arte do riso”
Perguntas sem respostas
É comum nos relacionamentos sociais que as pessoas, postas diante de um questionamento incômodo, saiam pela tangente e façam um discurso inteiramente diverso do que lhes foi perguntado. Políticos, então, são mestres nesse ofício. Falam o que querem, desprezando o interlocutor. Continue lendo “Perguntas sem respostas”