Curtas e Grossas!

Como costumo usar esse espaço para comentar os assuntos que deram mais tititi nas redes sociais, pensei até em deixar de escrever essa semana pra não passar mal diante dos temas nojentos que circularam pela telinha.

O de maior destaque foi o circo armado na Comissão das Fake News que levou para depor Hans River Rio do Nascimento (esse nome é fake?), ex-funcionário da Yacows, empresa especializada em marketing digital que operou na campanha eleitoral de 2018.

Confesso que tive náuseas ao assistir ao vídeo. O calhorda compareceu à Comissão para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de que a empresa onde trabalhava produziu disparos em massa de fake News em favor do clã Bolsonaro. Mas no depoimento não só negou que isso houvesse acontecido como também resolveu atacar a jornalista da Folha, Patrícia Campos Mello, desafeta do seu Jair.

E o ataque foi de uma baixaria inominável. De forma indireta, Hans (Ho)River declarou que a jornalista teria oferecido transar com ele em troca de informações.

Não é preciso conhecer pessoalmente a jornalista pra saber que essa afirmação é inverossímil. E olha que não é julgamento pela aparência porque isso não se faz e também porque tem gosto pra tudo nesse mundo de meodeos, mas sim pela diferença de gabarito moral e intelectual que separa esses dois seres. Não há como uma jornalista de renome fazer proposta desse nível a um marginal indecente que possui inclusive BO (registrado no 91° Distrito Policial do Ceagesp, em 30/11/2018) por ameaça de morte a uma ex-companheira.

Pior é que esse auê todo serve pra nada. Quem é bolsonarista continua convencido de que ele e sua prole jamais dispararam uma feiquiniuzinha sequer. Quem não é, segue sabendo que eles são capazes de qualquer coisa quando querem se vingar de alguém (já existem provas de que Hans River mentiu em seu depoimento).

Outro assunto que provocou muitos comentários na semana, foi a morte suspeita do miliciano foragido, Adriano Magalhães da Nóbrega. Aquele que mantinha laços estreitos de amizade com Flávio Bolsonaro — a ponto de ter mãe e mulher empregadas no gabinete de então deputado na Alerj, e de até mesmo ter sido homenageado por ele com a medalha Tiradentes, a mais alta condecoração concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

Porém sobre isso melhor aguardar os resultados das perícias que ainda estão em andamento.

Provavelmente o resultado mostrará que o miliciano chefe do Escritório do Crime e suspeito de envolvimento na morte de Marielle Franco, não é dono da voz que está na gravação da portaria do condomínio Vivendas da Barra.
Péra! Acho que já estou misturando estação.

Vou parar por aqui, fazer as malas e ir pra Disney com minha empregada doméstica.

Vai junto, Paulo Guedes?

Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 14/2/2020. 

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *