Boquirrotices!

“Virei boiola igual maranhense!”

Com essa frase homofóbica e aquela risada de debilóide, Jair Bolsonaro acha que abafou no Maranhão. 

Ele expeliu a gracinha ao tomar o famoso guaraná Jesus, cor de rosa, típico da região, onde esteve na manhã desta quinta-feira. Fazendo o quê? Inaugurando trecho de estrada, claro, como todo bom político costuma fazer quando está em campanha eleitoral. (De São Luís, capital maranhense, partiu para Imperatriz, para trocar mais um punhado de asfalto por votos.)

E de estrada em estrada esse senhor percorre o país, boquirrotando às pencas. Claro que depois tem de correr atrás do prejuízo. Em seguida tentou consertar, mas até aí Pelotas já tinha virado pólo exportador de viado. Epa! Essa fala é de outro toscão. Desculpa aí, foi engano.

Imaginei os bigodes do Sarney tremelicando de indignação, e provavelmente pensando que até pro seu Centrão Jair extrapola todos os princípios (ou seria resquícios) de ética. E olha que essa turma chafurda na lama política há muito tempo!

Flávio Dino, governador do Maranhão, ficou muito puto com esse “gracejo” do presidente e mandou ver no Twitter: “Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma das nossas tradicionais marcas empresariais: o guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda política. Será processado”.

Tomou?

“Maria Fofoca”

Outro boquirroto que andou se dando mal por falar demais foi o ministro incendiário, digo, ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O jornal O Globo publicou uma nota sugerindo que Salles estaria mandando os brigadistas cruzarem os braços para pressionar a ala militar do governo a soltar a verba.

O ministro não gostou do que leu e responsabilizou o general ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, pela nota e o chamou publicamente de “Maria Fofoca”. Coisa feia, Ricardão! Parece briga de comadre!

Quem também achou que essa não é uma atitude digna de um ministro foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tascou a seguinte postagem no Twitter: “O ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo”.

Tóin! Essa deve ter doído.

Passados quatro dias dessa publicação, Salles pensou, repensou, buscou ajuda dos universitários, para só então dar uma resposta à altura pro presidente da Câmara: “Nhonho”. (Para quem não sabe! Nhonho é o apelido que Maia ganhou por causa dos seus quilinhos a mais – agora tá mais magrinho – que lembra o personagem gordito da antiga série infanto-infantil mexicana, Chaves.)

Pegou mal! Ainda se o tivesse chamado de Seu Madruga ou de professor Girafales, vá lá! Mas Nhonho…

Claro que Ricardo Salles se defendeu, dizendo que todos amam o gordo, ou melhor, que ele não faria isso com o Nhonho, digo, com o Rodrigo Maia e que alguém teria usado seu perfil para criar atrito no galinheiro.

Depois dessa, ele fechou sua conta no Twitter nesta última quinta-feira.

Como se viu, esta foi uma semana dedicada ao Chaves: teve a fofoqueira Dona Clorinda, a versão masculina da Bruxa do 71, o Nhonho, e até o Chapolin Colorado, que se acha espertão, e, sempre orgulhoso dos seus “grandes” feitos, repete incansavelmente: “Não contavam com a minha astúcia!”

Esta crônica foi originalmente publicada em O Boletim, em 30/10/20/20. 

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