Gente finíssima

Eduardo Bolsonaro deu ontem, 29, mostras de seu preparo para assumir a embaixada dos Estados Unidos em Washington, como papai quer. A eloquência de sua fala, em comentário sobre a Amazônia, não é exatamente a que se ouviria de um diplomata saído do Instituto Rio Branco. Também não é um primor do zelo que os embaixadores têm para, em conversa de alto nível, tentar resolver impasses e preservar a imagem de seus países.

Em suma, disse Eduardo:

– A gente vai ficar aceitando fundo de Amazônia e continuar se prostituindo em nome disso? Aqui é o Brasil, aqui quem manda somos nós. Se quiserem continuar depositando, que continuem. Se não quiserem um abraço.

– A Amazônia, essa mulher tão bonita, o outro cara vai lá, pisca para ela, quer pagar um drink para ela, não posso achar que esse drink está sendo pago de graça, né?

Posso estar enganado, mas ele nivelou a Amazônia a uma casa de prostituição.

Depois disso, no mesmo fatídico dia de ontem, Onyx Lorenzoni falou sobre a decisão de importadores de couro brasileiro de suspender as compras, preocupados com danos ao meio ambiente. “Se eles não querem comprar, nós vendemos para outros países”, disse. Fácil, o comércio internacional é uma mãe, o Brasil anuncia seus produtos e todo mundo vem correndo comprar.

Por fim, aparece a entrevista de uma pessoa normal. A ministra Maria Cristina, da Agricultura, disse que o ministério vai mandar para os compradores de couro os procedimentos e normas adotados na preservação do meio ambiente nessa área. Em suma, a ministra falou em couro, mas não foi casca grossa.

30/8/2019

 

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