Quem semeia vento

Happy hour, fim de feriado, por que não mudar o tom da conversa? Esquecer a última do filho do Bolsonaro, o deputado Eduardo, que não vê problema se for preciso prender cem mil. Está certo, temos que resolver o problema de xadrez ocioso nos nossos presídios. Epa! Não era para não falar em política?

Por que não literatura? Dena, minha cunhada, é leitora voraz. A Nora Roberts, diz ela… Alto lá (alto lá?!). Que tal os clássicos? Dom Quixote de La Mancha, ele sempre inflamou minha imaginação. O cavaleiro andante investe com sua lança contra o moinho de vento. O que ele queria com isso?

Vai ver não buscava espetar o moinho, mas, em sua loucura, o vento que movimentava suas pás. Queria reduzir esse vento a pedacinhos. Guardá-los em sua algibeira. E o Mantega, digo, Sancho Pança, não tentou explicar que isso não é possível?

Segue a conversa, e Dena tira um dito do baú: “Quem semeia vento…”. Me agito no sofá: “Pára!”. Se ela ouve uma coisa dessas pode sair por aí perguntando onde vende semente de vento. E pregará, em discurso: “Vamos comprar e semear. Colhemos o vento e… estocamos”.

Com financiamento do BNDES. E sabe o que mais? Exportação para a China. Carne, soja e vento, este acondicionado em bexigas plásticas coloridas, uma festa.

Novembro de 2018

 

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