O neto e o cãozinho

Meu neto César, doze anos, veio me perguntar, com muito jeito, se podia trazer para casa um cãozinho. Ele e a mamãe Mônica moram em casa, mas estão voltando para o apartamento deles. O problema é que vovô não tem nenhuma simpatia por pets. Mas, explicou ele, é só por 15 dias. 

Pedido de neto, se fosse para trazer um dromedário estaria concedido.

No mesmo dia a porta se abre, e aí está César com uma pequena criatura no colo, fofa, pequerrucha, bonitinha. Estas são, naturalmente, considerações estéticas. O bichinho tem dois meses. Rapidamente se adaptou à liberdade do apartamento e à presença dos moradores. Corre atrás da gente (para alcançar nossos passos). Ou à frente (e fazemos malabarismos para não tropeçar nele).

Basta vovô (assim batizado) sentar no sofá, lá vem o bichinho atacar os cadarços do sapato. O que gosta mesmo é de uma espécie de babuche que uso como chinelo. Calcanhar a vista, vêm as dentadinhas. Doloridas…

Ontem, saiu correndo do quarto da minha cunhada, abocanhando um pé de havaiana. Ela estava lendo na cama. Saltou e foi até a sala, ralhando, recuperar o produto do roubo. Nessa altura, ele já vinha vindo com o segundo pé.

César está realizado. Brinca com Ziggs, assim batizado por ele, e pega no colo para fazer carinho. Será que não vai acostumar mal? Em mais duas semanas ele se vai. Estou pensando em visitá-lo todo dia, para ele não sentir falta de mim.

Dezembro de 2018

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