O espumante – pou!

Eis se não quando, o camping, uma gostosa recordação de outros tempos, volta ao meu horizonte. Precavido, já comecei a planejar o meu Réveillon, pois uma coisa tem a ver com outra.

Pretendemos, minha mulher e eu, entrar em 2019 acampados. Ora, é até ideia renovadora, estimulante, mas há um problema. Não temos mais idade para isso.

No entanto é também um desafio, e vamos nós. Tudo pela causa. Pode ser estimulante, vamos com a nossa turma, de ônibus. Pode ter cantoria, discurso, aquela empolgação.

O verdadeiro problema está na passagem de ano. Minha mulher e eu costumamos preparar uma ceia bonita, um assado, doces. Isso seguramente não combina com acampar, por isso estou me preparando para refeição bem mais simples.

O que me desagrada, na verdade, não tem a ver com sólido, mas com líquido. Mantenho a tradição, de muitos anos, de abrir, quando o espocar dos fogos marca a entrada do Ano Novo, um vinho espumante. Pou!

Sirvo as taças que são esticadas pelos parentes, damos o tchin-tchin, e viro a minha de uma só vez, com imenso prazer.

No acampamento nada disso será possível. Ninguém vai virar uma taça de champanhe na porta da Polícia Federal, a poucos metros da cela onde Lula estará a seco.

Novembro de 2018

 

 

 

 

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