Em dia com a informática

Recentemente, jactei-me… Jactei-me?

Recomeçando: ufanei-me… Safa!

Gabei-me (vá lá) de ser um coroa perfeitamente adaptado a estes tempos de internet. Isso em certa medida é verdade, descontando-se as vaciladas.

O álbum de fotografias da família aberto, em cima da mesa de centro. Imagens no papel, vindas do filme das máquinas fotográficas pré-digitais. Então vejo uma cena especialmente bonita, envolvendo um casal da família.

Bem que eu podia passar para eles. Mas, se tirar a foto, fica um  branco naquela página do álbum. Quebra a harmonia. Além disso, não sei quando vou rever o casal para fazer a entrega. Aponto a foto para a filha: “Mô, você acha que valeria a pena passar para eles?

Sim, claro. Pega o celular, fotografa a imagem, e me diz simplesmente: “Vou mandar para o álbum da família”. Ah… (cara de idiota). WhatsApp!

Há outros fatos que me deixam encafifado, digo, desconfiado. Pego – eu, o informatizado – meu e-book. Não acho um livro que comprei há algum tempo. Vou à Dena, minha cunhada, leitora voraz. Tom de reclamação: “Não acho meu livro”.

Ela, levantando a vista do e-book: “Está na nuvem”. Já conheço essa história de que hoje, além de aviões de carreira, e nuvens atmosféricas, há também as de fotos e letrinhas. Fico imaginando o que aconteceria se houvesse uma tempestade informática, e livros inteiros despencassem para as ruas, inundando tudo.

Como? Não é assim que funciona? Mas seria curioso ver Guerra e Paz entupindo a entrada de um bueiro (Tolstoi que me desculpe.)

Agosto de 2018        

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