O PT esmaga o jornal Correio

Nos anos 70, a ditadura militar e seu representante maior na Bahia, Antônio Carlos Magalhães, asfixiaram de todas as maneiras o Jornal da Bahia, o único que fazia oposição ao governador.

Nenhum anúncio dos governos federal e estadual era publicado na Jornal da Bahia. E os grandes grupos empresariais foram aconselhados a não anunciar mais. O jornal foi minguando, acabou sendo vendido, e fecharia em 1994.

Lembro que, na época, O Estadão – que era, ele próprio, assim como o Jornal da Tarde, censurado pela ditadura – fez várias matérias denunciando as arbitrariedades cometidas pelo governo de ACM. Os representantes do jornal da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) também denunciavam a cada reunião do órgão.

Pois o atual governo da Bahia – do PT – está fazendo com o jornal Correio exatamente o que a ditadura militar fez com o Jornal da Bahia.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) publicou nota contra “a discriminação imposta pelo Governo da Bahia ao jornal Correio na destinação dos investimentos publicitários governamentais”. O Correio pagou para o Estadão publicar o texto da nota.

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É um absurdo, é criminoso – mas não é de se espantar.

O PT e a ditadura militar têm muito em comum. Os partidos e os governos autoritários de direita e esquerda se parecem demais.

Basta lembrar que, em diversos aspectos, o lulo-petismo repetiu, ao longo dos 13 anos, 5 meses e 12 dia de seu governo, diversos dos erros cometidos pelos militares na condução da economia, como o protecionismo no comércio exterior, o “nacionalismo” míope, a exigência de compra de produtos nacionais pela Petrobrás e outras, a adoração pelo gigantismo das estatais, a mania de criar “campeões nacionais”, a concentração de investimentos do BNDES em grupos de amigos escolhidos a dedo.

O caso da perseguição do governo Rui Costa ao Correio é só mais um exemplo da semelhança.

O PT e a ditadura militar têm horror da imprensa livre. Nisso, são igualinhos. Idênticos. Irmãos siameses.

Ah, sim: algum protesto do Sindicato de Jornalistas? Da Fenaj?

Bah!

19/7/2017

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