Quem não chora não mama

O mundo sindical está em pé de guerra. Sindicalistas movem os céus e a terra, mas não em defesa dos salários ou de melhores condições de trabalho, bandeiras que no passado arrastavam multidões de trabalhadores para greves. A gritaria dos pelegos se dá por motivo torpe: a manutenção do imposto sindical – uma tunga no bolso dos trabalhadores instituída em 1940 pelo Estado Novo varguista. Continue lendo “Quem não chora não mama”

Boas notícias insistem em acontecer

Já faz um mês e meio que se divulgou, com imenso, colossal estardalhaço, que o presidente Michel Temer recebeu no Palácio do Jaburu, tarde da noite, o empresário Joesley Batista – e, daquele dia 17 de maio para cá, repete-se a cada dia que o Brasil está vivendo uma crise política gravíssima, sem precedentes. Continue lendo “Boas notícias insistem em acontecer”

Reencontro histórico

Às vésperas do 23º aniversário do Plano Real, o Conselho Monetário Nacional tomou uma decisão histórica, por sua simbologia. Ao rebaixar o centro da meta inflacionária para 4,25% em 2019 e 4% em 2020, a equipe econômica capitaneada pelo ministro Henrique Meireles escreve um novo capítulo do compromisso assumido pelo Brasil em 1º de julho de 1994. O de defender o poder aquisitivo dos brasileiros e promover a estabilização de sua moeda para pôr fim a um tormento de 50 anos que corroía os salários, tornava a vida um inferno, desestruturava o Estado e inviabilizava os negócios. Continue lendo “Reencontro histórico”

O coração do povo

Liz Taylor esteve às portas da morte. Redimiu assim a má fama que ganhara por ter sacado o marido à virginal Debbie Reynolds. Não se rouba o marido a uma escoteira, muito menos um mês depois de se ter enterrado, como Liz fizera, o seu. Odiaram-na. Mas a gripe asiática e o coma de Liz, em Londres, interrompendo as filmagens de Cleópatra, reinstalaram-na no coração do povo cinéfilo. Continue lendo “O coração do povo”

Fora os fora da lei

Os elogios causaram estranheza e eram desnecessários. Mas, goste-se ou não, o ministro Marco Aurélio de Mello acertou ao devolver o mandato ao senador Aécio Neves, suspenso pelo ministro Edson Fachin desde 18 de maio. O tucano, flagrado pedindo dinheiro ao delator Joesley Batista, pode até ter culpa no cartório, mas suspeição não é critério (ou não deveria ser) para interromper um mandato popular, seja de quem for. Quanto mais quando um único juiz decide fazê-lo. Continue lendo “Fora os fora da lei”