Nunca houve governo tão incompetente (23)

Incompetente ou mentirosa? Mentirosa ou incompetente? Por qual desses dois adjetivos Dilma Rousseff será mais lembrada daqui a alguns anos, quando for apenas uma página triste mas já felizmente virada da História?

Na sexta-feira, dia 2 de outubro, em que ela anunciou um rearranjo no Ministério feito a mando do padrinho e criador Lula para tentar garantir o apoio do PMDB contra o impeachment, editorial do Estadão usou bastante as palavras incompetente e incompetência, e alguns de seus sinônimos, incapaz, inepta.

“Na opinião quase unânime dos brasileiros, pouco se salva de uma administração fadada a passar à história nacional como a mais inepta de todos os tempos”, cravou o Estadão.

Em seu blog, o jornalista Ricardo Noblat pegou Dilma pela mentira. A tarefa não é nada difícil, e assim Noblat se esbaldou. Transcreveu uma frase de Dilma da época da campanha eleitoral, jurando de pé junto que não acabaria com ministérios importantíssimos, fundamentais para o país – todos eles agora extintos por ela – e concluiu: “Mentiu de novo. Como mentira antes”.

Aí vão o editorial do Estadão e o artigo tão pequeno quanto mortal (para Dilma) de Ricardo Noblat.

Mentirosa – ou incompetente? Incompetente – ou mentirosa? Em que ordem esses adjetivos serão apresentados pela História, quando o país tiver se livrado desta incompetente mentirosa?

Dilma é uma unanimidade

Editorial do Estadão de 2/10/2015

A mais recente pesquisa do Ibope para medir a popularidade da presidente Dilma Rousseff confirma que a alta rejeição à petista está consolidada em todos os quadrantes do País e em todas as faixas etárias e socioeconômicas. Já não se trata de um efeito do estelionato eleitoral cometido por Dilma, ao mentir descaradamente na campanha que a reelegeu. Passados nove meses desde sua posse, pode-se dizer que a opinião majoritária dos brasileiros acerca de seu desempenho se deve à percepção de que o governo foi entregue a uma amadora, incapaz de conduzir o País em meio à tormenta política e econômica criada em grande parte por sua extraordinária incompetência.

A popularidade de Dilma manteve-se estável entre junho e setembro, segundo o levantamento do Ibope, feito por encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Dos entrevistados, apenas 10% consideram o governo da petista “ótimo” ou “bom” – eram 9% em junho. Já aqueles que julgam o governo “ruim” ou “péssimo” subiram de 68% para 69% – embora a variação tenha ficado dentro da margem de erro, esse porcentual dos que rejeitam Dilma é inédito nos 27 anos em que essa pesquisa é realizada. Todos os demais indicadores também não tiveram alterações significativas entre as duas sondagens. A desaprovação do modo como Dilma governa está em 82%, enquanto 77% dizem não confiar na presidente.

A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 21 de setembro e já captou o clima de insegurança gerado pelo rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s. Além disso, as entrevistas foram feitas sob o impacto da proposta de retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), tábua de salvação de um governo que não consegue fechar as contas sem esfolar ainda mais o contribuinte. Ou seja, as dúvidas sobre a incúria de Dilma transformaram-se em certezas diante desses e de outros fatos que atestam a falência, inclusive moral, do governo da petista. A pesquisa só faz corroborar o ar de fim de feira que há meses emana do Planalto.

Não é à toa que chegam a 90% os que desaprovam a política de impostos de Dilma, fazendo desta a área com pior avaliação de seu governo, exatamente com o mesmo porcentual nas três últimas pesquisas. Em seguida vem a política de juros, com 89% de desaprovação. Também receberam muitas menções negativas a saúde (84%), o combate ao desemprego (83%), o combate à inflação (83%) e a educação (73%).

As áreas em que Dilma consegue desempenho um pouco melhor são justamente aquelas sobre as quais o marketing petista tanto martelou nos últimos anos. Para 29% dos entrevistados, Dilma vai bem no combate à fome e à pobreza, ainda que não se saiba, exatamente, como a inflação em disparada e o desemprego crescente, obras incontestáveis do governo Dilma, possam ser úteis para ajudar a enfrentar a miséria. No entanto, são cada vez menos encontradiços aqueles que ainda caem na esparrela da “justiça social” petista: saltaram de 34% em 2012 para 68% agora aqueles que criticam o governo de Dilma também nessa área.

Assim, na opinião quase unânime dos brasileiros, pouco se salva de uma administração fadada a passar à história nacional como a mais inepta de todos os tempos. Mesmo entre aqueles que votaram em Dilma, 62% dizem não confiar na presidente – eram 15% em dezembro de 2014, quando a petista ainda desfrutava das glórias de sua vitória. Também entre os eleitores da presidente, 70% desaprovam sua maneira de governar, ante 14% em dezembro.

A perspectiva para o restante de seu mandato é coerente com esse clima sombrio. Para 82% dos entrevistados, o segundo governo de Dilma está sendo pior do que o primeiro – e nada menos que 62% consideram que os próximos três anos, se a petista conseguir chegar até lá, serão de suplício.

Dilma acaba com ministérios que jamais admitiu acabar

Artigo de Ricardo Noblat, em seu blog, em 2/10/2014.

O que disse Dilma no dia 15 de setembro do ano passado, em campanha pela reeleição:

– Tem gente querendo reduzir ministérios. Vocês podem saber os ministérios que eles querem reduzir. Um deles é o da Igualdade Racial, o outro é o que luta em defesa da mulher. O outro é de Direitos Humanos. E tem um ministério que eu criei e eles estão querendo acabar que é o da micro e pequena empresa.

Dilma acabou com o ministério da micro e pequena empresa. E reduziu os Ministérios da Igualdade Racial, da Defesa da Mulher e dos Direitos Humanos a um só.

Ou seja: fez tudo o que disse que os outros fariam caso vencessem. Mentiu de novo. Como mentira antes.

3/10/2015

Para ler o texto anterior desta série: 

O déficit não é apenas de dinheiro. Pior. É de seriedade.

7 Comentários para “Nunca houve governo tão incompetente (23)”

  1. A presidenta continua resistindo, agora mais por teimosia. Resiste contra todos, inclusive ao PT que mais atrapalha do que ajuda. Quem seriam seus conselheiros políticos? Mal assessorada segue em frente corajosamente, característica da qual não se despiu. Encurralada como um rei perseguido em tabuleiro de xadrez a espera do inevitável xeque mate. Perdeu cavalos, bispos, torres e seu general, no decorrer do jogo não conseguiu distinguir e avaliar suas peças, fez pouco caso dos seus peões. Mórbidas as negras opositoras aguardam sua capitulação, abreviam mais que podem o GOLPE final, esperando o seu opróbrio

  2. A única coisa que faltou na sua lista, Miltinho, foi o tamanho do buraco para o qual Dilma e Lula levaram o Brasil. Nem vou perder tempo falando em desemprego, inflação, déficit público, falências na indústria e no comércio e a quebra de todas as promessas de campanha. Vamos falar do grave comprometimento do futuro do País, que esses incompetentes provocaram:
    desindustrializaram o Brasil em plena era da tecnologia.
    O percentual de participação da indústria no PIB nacional caiu para os mesmos níveis do início da década de 40. Hoje dependemos exclusivamente da exportação de produtos primários para a China. O buraco vai aumentar mais, com a previsão para os próximos anos de queda nos preços dessas comodities, que são a única coisa que temos hoje para vender. Nossa competitividade perdeu 18 posições no ranking mundial. Os níveis de produtividade não saem da idade da pedra, enquanto sobem no resto do mundo. Com semianalfabetos até nas universidades, não poderia ser diferente. Provocaram uma onda demagógica de consumo sem cuidar do aumento da produção. Como solução, passaram a importar tudo, principalmente da China. Por menos sofisticados que sejam os produtos, sai mais barato importar do que produzir aqui. Enquanto a indústria mundial cresceu 60% nos últimos 12 anos, a daqui caiu. Não que tenha tido crescimento zero nesse período. Teve foi uma queda de 5% em comparação 2004. Mas a Dilma da propaganda da patria educadora já está tomando providências condizentes com o seu QI. O Ministério da Educação serviu para consolar o fracassado e desempregado Mercadante. Ela escolheu algum destaque do ramo para o Ministério da Ciência e Tecnologia? Não, área foi entregue para o capanga que ameaçou a família de Yousseff para ele não denunciar Eduardo Cunha. O único item de destaque do currículo do Deputado Pansera, que Dilma encarregou de cuidar ciência e tecnologia, é ser dono de um restaurante self-service em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. É por essa mulher e esse partido que você chora pitangas, Miltinho?

  3. Caro Luiz não choro pitangas. Constato apenas que a esquerda perdeu mais uma batalha, mais uma oportunidade de criar, a partir do Brasil, uma sociedade com elementos concretos de solidariedade, desenvolvimento sustentável, menor desigualdade e iguais oportunidades. Enfim, não adianta chorar pitangas sobre leite derramado. As derrotas impostas á direita foram efêmeras e não produziram efeitos contundentes. Mas a luta continua, enquanto isto, continuamos a importar supérfluos industrializados e a exportar jazidas e a enriquecer vampiros do agronegócio que exportam o sangue verde para obter moeda da mesma cor na proporção de 4 x 1. Com tristeza constato, ok, vocês venceram mais esta batalha.
    Hoje será feita a cremação de um petista, ex presidente da Petrobrás, ex presidente do odiado PT!

    REGOZIJEM-SE POIS “PETISTA BOM, É PETISTA MORTO” . MISÉRIAS DA POLÍTICA.

  4. Queridos AMIGOS.

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    Obrigado.
    MILTINHO

  5. Eu fiz minha doação para a Wikipédia. Eles merecem as doações, sem dúvida alguma, Miltinho!
    Um abraço.
    Sérgio

  6. Mais que a doação é muito bom saber que comungamos mesmas idéias. O mundo capitalista faz com que muitas cabeças sejam obrigadas a se render. A publicidade e propaganda não podem subjugar a Wikipédia. Outro abraço de volta.

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