Justiça social

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Na foto acima – de Domingos Peixoto/O Globo -, o momento exato em que um jovem da classe trabalhadora expropria objeto símbolo do consumismo capitalista de representante da zelite de zôio azul burguesa e decadente.

Isso é que é justa distribuição de riqueza. O jovem é um herói do povo brasileiro.

Ahn… Não é exatamente assim. Edith, a moça que teve seu celular roubado no Arpoador no domingo, dia 20, é trabalhadora, auxiliar de escritório em Nilópolis, cidade pobre da Baixada Fluminense. Disse que não fará mais a viagem de 30 quilômetros e várias baldeações de ônibus entre sua casa e o Arpoador:

“Nunca mais volto ao Arpoador”, disse Edith, 21 anos de idade, ao repórter Gustavo Goulart, de O Globo. “Sempre achei bonito demais aquele lugar, que frequento desde os 16 anos, a mesma idade do garoto que me atacou.

O garoto, 16 anos, 1 metro e 80 de altura, foi pego pela polícia, autuado na delegacia por furto simples e já está livre leve e solto. Deve estar passeando agora no Arpoador, pronto para continuar praticando justiça social.

***

Devo admitir que uns 20 anos atrás, se me dissessem que eu escreveria o texto acima, diria que estavam completamente loucos.

Mas a quantidade de asneira que tem sido falada neste país nos últimos 13 anos de desgoverno lulo-petista, a quantidade de hipocrisia, e de ataques à classe média que paga as contas dessa máquina inchada e podre, me encheram o saco.

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23/9/2015

Essa foto da garota Edith, já com seu celular de volta, publicada no Globo desta quarta-feira, 23, teve como crédito apenas Agência O Globo. 

7 Comentários para “Justiça social”

  1. Nós, pobres pagadores de impostos da famigerada classe média estamos cercados de ódio por todos os lados. De um lado, os esquerdopatas, que insistem em nos xingar mas esquecem que sem nós eles não teriam sequer cargo e muito menos salário. Do outro lado, os bandidos criados ha 12 anos de governo petista que se acham no direito de roubar e furtar pois foram excluídos pela sociedade. Eu só tenho uma coisa a dizer aos 2 grupos. VÃO TODOS PRA PUTA QUE OS PARIU, SEUS BOSTAS, INCOMPETENTES. VOCÊS SÃO A ESCÓRIA DA NAÇÃO.

  2. ‘…e de ataques à classe média que paga as contas dessa máquina inchada e podre, me encheram o saco.’ É…?

    a gente quer valer o nosso amor
    a gente quer valer nosso suor
    a gente quer valer o nosso humor
    a gente quer do bom e do melhor
    a gente quer carinho e atenção
    a gente quer calor no coração
    a gente quer suar mas de prazer
    a gente quer é ter muita saúde
    a gente quer viver a liberdade
    a gente quer viver felicidade

    É
    a gente não tem cara de panaca
    a gente não tem jeito de babaca
    a gente não está com a bunda exposta na janela pra passar a mão nela

    É
    a gente quer viver pleno direito
    a gente quer é ter todo respeito
    a gente quer viver numa nação
    a gente quer é ser um cidadão

    É…

    Link: http://www.vagalume.com.br/gonzaguinha/e.html#ixzz3mbpx0BPU

  3. …’um jovem da classe trabalhadora ‘expropria’.

    classe trabalhadora? onde ? quando?
    representante da zelite burguesa? qual?

    O ato de expropriar, que por sua vez significa desapossar alguém de sua propriedade segundo as formas legais e mediante indenização.

    Foi roubo mesmo.
    Qual a forma legal?
    Não chegamos lá, mas chegaremos.

  4. Belchior
    Alucinação
    Não preciso que me digam de que lado nasce o sol Por que bate lá meu coração.
    Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
    Em nenhuma fantasia, nem no algo mais
    Nem em tinta pro meu rosto ou oba oba, ou melodia
    Para acompanhar bocejos, sonhos matinais
    Eu não estou interessado em nenhuma teoria,
    Nem nessas coisas do oriente, romances astrais
    A minha alucinação é suportar o dia-a-dia,
    E meu delírio é a experiência com coisas reais
    Um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha
    Blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais
    Garotas dentro da noite, revólver: cheira cachorro
    Os humilhados do parque com os seus jornais
    Carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar
    E a solidão das pessoas dessas capitais
    A violência da noite, o movimento do tráfego
    Um rapaz delicado e alegre que canta e requebra, é demais
    Cravos, espinhas no rosto, Rock, Hot Dog, “play it cool, Baby”
    Doze Jovens Coloridos, dois Policiais
    Cumprindo o seu (maldito) duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida
    Cumprindo o seu (maldito) duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida
    Mas eu não estou interessado em nenhuma teoria, em nenhuma fantasia, nem no algo mais
    Longe o profeta do terror que a laranja mecânica anuncia
    Amar e mudar as coisas me interessa mais
    Amar e mudar as coisas, amar e mudar as coisas me interessa mais
    Um preto, um pobre, um estudante, uma mulher sozinha
    Blue jeans e motocicletas, pessoas cinzas normais
    Garotas dentro da noite, revólver: cheira cachorro
    Os humilhados do parque com os seus jornais
    Carneiros, mesa, trabalho, meu corpo que cai do oitavo andar
    E a solidão das pessoas dessas capitais
    A violência da noite, o movimento do tráfego
    Um rapaz delicado e alegre que canta e requebra, é demais
    Cravos, espinhas no rosto, Rock, Hot Dog, “play it cool, Baby”
    Doze Jovens Coloridos, dois Policiais
    Cumprindo o seu (maldito)duro dever e defendendo o seu amor e nossa vida

    Link: http://www.vagalume.com.br/belchior/alucinacao.html#ixzz3mlSliyTA

  5. O argumento da nossa esquerda festiva sempre foi o de que o crime contra o patrimônio se deve à pobreza e que os criminosos são vítimas do capitalismo. Esse argumento se choca com a propaganda de que em 12 anos de poder eles diminuiram em muito a pobreza.A criminalidade deveria ter, então, diminuído muito, em vez de aumentado tanto. Por outro lado, países muito mais pobres do que o Brasil não registram criminalidade tão alta, justamente por não cultuarem a impunidade. O que dizer do crescimento das bem equipadas e organizadas quadrilhas de roubo de cargas ou das que explodem caixas eletrônicos de bancos? Essas lidam com milhões. Certamente não fazem isso motivadas pela fome e sim pela impunidade garantida pelas nossas leis e a ineficiência da polícia. Mesmo assim suas condenações são ridículas, de tantos benefícios legais que recebem. Talvez essa seja nossa mais bem cultivada jabuticaba. Nenhum país escolheu o nosso caminho para combater o crime. Em todos os outros, crime é um caso de polícia e a questão social é levada em consideração, mas nunca usada para justificar a impunidade. Do contrário, seria um desrespeito, uma ofensa aos milhões de pobres que não roubam e não matam. A impunidade tem resultado em uma carnificina no Brasil, porque os criminosos perderam o medo de matar suas vítimas de assalto. E está começando a provocar outra, pelas chacinas de policiais inconformados com a impunidade e incentivados pelo crescente discurso de uma extrema direita que vem sendo vitaminada por essa irresponsabilidade do nosso sistema legal. Tenho respeito pela esquerda moderna, atualizada e que observou a queda do muro de Berlim. Mas não pela tupiniquim, que apesar de tão retrógrada, influenciou nossas políticas e nos presenteia agora com desastres na segurança pública, na economia e em quantas outras áreas nos dispusermos a analisar.

  6. Para existir uma esquerda, é necessário que exista uma direita. A primeira coisa a fazer para ser de esquerda é, portanto, postular que existe uma esquerda. Precisa, portanto, concentrar-se na sua própria maneira de ser, e de se apresentar, diante e depois das crises por que passou, com a derrota ou o fracasso dos regimes que eram ou se apresentavam como seus.
    Ser de esquerda, portanto, é refluir sobre seus próprios passos, e pensar no que aconteceu, para que os erros, os equívocos, os fantasmas do passado não voltem a cegar a visão do horizonte. Isto não garante que não venham a sobrevir novos erros, equívocos, novas fantasmagorias. Trata apenas de pensar que não sejam os mesmos erros. A esquerda precisa, portanto, concentrar-se na sua própria maneira de ser, e de se apresentar, diante e depois das crises por que passou, com a derrota ou o fracasso dos regimes que eram ou se apresentavam como seus.
    Então vamos ao principal erro da esquerda. A esquerda se envolveu no debate sobre se a democracia é um valor universal ou não. O debate sobre democracia como valor universal se prendeu, em geral, à idéia sobre a afirmação/negação de um tipo de democracia – a representativa 1 – de inspiração liberal – como sendo a democracia por excelência. Existe a democracia participativa 2 – da qual as aspirações sociais emprestam nome a sindicatos, associações, ONGs – e existe também a democracia direta 3, a das ruas, das praças, das manifestações, que tem seu espaço e seu próprio protocolo, complicado às vezes por irrupções de violência – seja da repressão ou dos que querem se valer da oportunidade para promover quebra-quebras pseudamente anarquistas à exemplo das manifestações a partir de junho de 2013.
    A questão é a de se buscar a construção da democracia como um valor permanente, isto é, a ser buscado em cada instância de um movimento e do conjunto dos movimentos da sociedade.
    A esquerda não pensava assim décadas atrás. Para muitos a democracia e suas formalidades – fosse na aura representativa, na esfera participativa ou na linearidade das praças e ruas ocupadas – eram apenas passos táticos até que se atingisse o estágio da ditadura dos trabalhadores, concepção que facilitou o caminho para emergir à ditadura dos sindicalistas/burocratas, que já nada tinham a ver com o proletariado, e que se encantaram com o poder.

  7. Não preciso que me digam de que lado nasce o sol Por que bate lá meu coração.

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