Boas notícias no país de Marina

2014-05 - Marina dia 21 - Foto Cláudia

Minha filha – o maior orgulho que tenho na vida – nos conta que hoje Marina chamou pelo vovô.

Tenho em geral ido ver Marina, durante a semana, bem no finalzinho da tarde, início da noite, porque assim posso, depois de brincar com Marina, babar por Marina, fotografar Marina, filmar Marina, também ver minha filha, ainda que rapidamente.

Então tem coincidido que em todas as visitas vejo Marina jantar, e vejo Marina abrir um sorriso magnífico quando ela vê a mãe chegar.

E minha filha conta que hoje, não se sabe por que tipo de associação, Marina, ao vê-la, perguntou: “Vovô?”

Ela disse que o vovô não estava, que foi a mamãe que chegou.

“Não ficou contente e foi na porta da sala procurar o avô!”

***

Uma noite destas, Mary e eu conversávamos tardão, e ela fez a pergunta difícil.

Têm sido dias difíceis para ela no trabalho. Acompanho como posso, ouço, dou um ou outro palpite, mas sobretudo ouço, o que é a melhor coisa que um marido pode fazer nessas horas.

Anteontem, o segundo dia da greve dos motoristas de ônibus de São Paulo, Mary teve um momento feliz. Minha filha nos contou que durante a tarde a Cláudia levaria Marina para a oficina de música na Mamusca. Mary ficou preocupada: e se, na saída, não houvesse táxi? Trocamos diversas mensagens, e aí Mary teve a idéia de dar uma escapadinha rápida do trabalho, que, por uma dessas felizes coincidências, fica bem pertinho da Mamusca, pegar as duas e levá-las para casa. Seria coisa rápida, uma horinha no máximo.

Fez isso. Chegou à Mamusca uns 15 minutos antes de terminar a oficina de música. Ficou do lado de fora, espiando, sem querer se intrometer – mas Marina a viu, e abriu um sorriso.

E então Mary foi lá ficar com ela – e teve os melhores momentos das tardes de trabalho dos últimos dias.

Cláudia fez várias fotos felizes que pegam o clima delicioso da coisa. A melhor de todas é esta que enfeita o post.

E de noitão conversávamos, e Mary fez a pergunta difícil:

“O que a gente vai fazer se a mulher ganhar a eleição?”

Já tínhamos conversado outras vezes sobre isso, é claro.

Se isso viesse a acontecer, Mary gostaria de passar algum tempo, o máximo de tempo que a grana que a gente juntou na vida inteira permitisse, fora, longe. Santiago, talvez. Montevidéu. Dublin. Os preços não são mais altos que os de São Paulo.

Mas agora, diante da pergunta difícil feita mais uma vez, concordamos rapidamente: não dá pra ficar longe de Marina.

É. Não dá.

Se vier a acontecer com este país a tragédia absurda, não sairemos daqui. Não dá para ficar longe de Marina.

Nem o pavor de imaginar um quarto desgoverno lulo-petista é tão grande quanto o de ficar longe de Marina.

       22 de maio de 2014

2 Comentários para “Boas notícias no país de Marina”

  1. !Que beleza, Sérgio! Certamente as boas noticias de Marina serão a cada dia melhores e virarão um belo livro! Conheço bem você!
    Só mesmo essas delícias que acontecem em família são capazes de nos trazer alegrias e alento neste momento que passamos em nosso país. A Zibiza fica aqui, distante, encantada com a graciosidade e esperteza da bisneta.
    Bjs.

  2. Não Servaz, não vá! Marinas é(sic) a “nossa” esperança! Vamos combater sem perder a ternura. O texto mostra o valor do combatente!

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