É claro que você já esbarrou nele. Todos o fizemos, voluntária ou involuntariamente. É onipresente e na maior parte do tempo ostenta um sorriso com variações de moldura: ora ligeiramente encoberto por um espesso bigode, ora calculadamente pendurado no canto da boca desenhada em um rosto bem escanhoado. Continue lendo “Canalha, cretino, cafajeste…”
Eu, a “prima”, o terno e a valeta
Quando leio qualquer coisa sobre Ribeirão Preto, viajo de volta ao passado na garupa das muitas lembranças dos tempos em que vivi nessa metrópole interiorana, que fez parte da minha infância e juventude. É bem verdade que eu só ia à cidade de vez em quando ou por precisão, pois morava em Guatapará, um dos seus distritos, hoje município emancipado, localizado a pouco mais de 40 quilômetros, no vale do médio Rio Mogi Guaçu. Continue lendo “Eu, a “prima”, o terno e a valeta”
“Eram as mais puras crianças da Terra, jovens e boas”
O 15 de junho era um dia de verão perfeito, com céu azul, sol brilhando, alegria a bordo, crianças correndo em suas explorações, uma bandinha alemã tocando. A igreja havia pago US$ 350 pelo aluguel do barco, e os ingressos, aproximadamente mil, foram vendidos somente para adultos. Crianças tinham acesso livre, e as mães as levavam ou pediam a amigas que as acompanhassem. Foram mais de trezentas. Continue lendo ““Eram as mais puras crianças da Terra, jovens e boas””
Vou de jegue
Primeiro, as promessas de mundos e fundos. Um legado nunca antes visto neste País se materializaria em mais aeroportos, portos, transporte urbano, telecomunicações. E ai dos que não acreditassem no conto. Uns danados de pessimistas, gente que aposta no quanto pior, melhor. Antipatriotas. Continue lendo “Vou de jegue”
O penico da rainha e a Cinemateca
O primeiro a falar de penicos, e evocou o da Madame de Pompadour, foi Antonioni. Estava de visita à Cinemateca. Luís de Pina, o director, coleccionava miniaturas. Mas o João Bénard lembrou-se de um, autêntico, uma preciosidade do Palácio da Pena, em Sintra. De louça portuguesa, a rainha Dona Amélia guardava-o onde ainda hoje está, debaixo da cama. Partimos em romaria turística. Continue lendo “O penico da rainha e a Cinemateca”
Duas canções, coincidências demais
O narrador da canção “Demais”, de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira, anda falando demais, bebendo demais, rindo demais, contando anedotas demais. Não larga o cigarro e dirige seu carro depressa demais. Continue lendo “Duas canções, coincidências demais”
O Sobrenatural de Almeida
Quem muito teme os fantasmas do passado devia rezar pela alma do Sobrenatural de Almeida, o fantasma que pode criar problemas para o Brasil em junho de 2014… Continue lendo “O Sobrenatural de Almeida”
Uma noite na ópera
Groucho Marx, num acesso hiperbólico de auto-ironia, dizia que não frequentava clubes que o aceitavam como sócio.
Groucho Marx era um comediante e a sua profissão não apenas lhe permitia como o obrigava a ser engraçado. Continue lendo “Uma noite na ópera”
Más notícias do país de Dilma (140)
O poço de escândalos e péssimos negócios em que os governos petistas enfiaram a maior empresa do país parece não ter fundo. Quando se pensa que já se viu de tudo, surge um novo absurdo no noticiário. Continue lendo “Más notícias do país de Dilma (140)”
Mariana
Foi numa madrugada fria de junho de 1978 que conheci o verdadeiro Hector Gulberti. Argentino, cara de cantor de tango, um dia viera pedir-me emprego na redação do Jornal da Cidade, de Jundiaí, do qual eu era o redator-chefe. Apresentou-me como única credencial a declaração verbal de que trabalhara na diagramação do El Clarín, diário de Buenos Aires. Continue lendo “Mariana”
E então Marina falou…
No dia 29 de abril agora, exatamente o dia dos 80 anos da Zibisa Lúcia, há menos de 15 dias, portanto, Marina começou a andar.
Hoje de manhã ela falou “vovô”. Continue lendo “E então Marina falou…”
Pega na mentira
Hábito ou vício, há tempos a mentira é classificada como doença – mitomania ou pseudolalia, o transtorno da mentira. Não são raros os políticos que sofrem desse mal ou que são treinados sob a regência desses distúrbios. Continue lendo “Pega na mentira”
Mickey, o rato que já não anda por aí
Anda por aí um Rato com o nome dele. Mickey Rooney nasceu atrás de um palco, nos bastidores de um teatro. A mãe era bailarina, ou melhor, e se não formos dos que têm a mania de andar sempre em pontas, era corista. O pai, um Homem Banana, cómico que, se queria que o público se risse, tinha de dar o corpo ao manifesto. Continue lendo “Mickey, o rato que já não anda por aí”
Myltainho
Myltainho não era propriamente um ser humano: era mais uma espécie de lenda.
Embora fosse mais novo que eles, era uma lenda assim como Ewaldo Dantas Ferreira, como Paulo Francis, como Alberto Dines, como Samuel Weiner. Isso, é claro, para mim – mas acredito que também para muita gente da minha geração, que começou no jornalismo em 1970, por aí. Continue lendo “Myltainho”
Está tudo certo, mas não bate
Leio aqui no Blog (do Noblat) um comentário que podia ser o slogan do Brasil DilmoLuloso: “Está tudo certo, mas não bate”. O autor? Um antigo leitor que usa um apelido simpático: Juca Leiteiro. Continue lendo “Está tudo certo, mas não bate”