Para que Supremas Cortes, se temos Marco Aurélio Garcia?

Será que algum dia a História vai dar a Marco Aurélio Garcia o seu devido lugar?

Marco Aurélio Garcia mereceria da História um bom tratamento.

Ele é uma figura exemplar do lulo-petismo, essa doença que assolou o Brasil entre 2003 e sabe-se lá que ano.

Os livros de História do futuro deveriam se lembrar do episódio do tóp-tóp-tóp, por exemplo. Mostrava-se na TV que não havia provas técnicas suficientes para condenar obras da estatal Infraero pelo acidente com um avião da TAM que chegava de Porto Alegre ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e que explodiria do outro lado da Avenida Rubem Berta, matando 199 pessoas.

Como à Infraero, e portanto ao governo Lula, não poderia ser atribuída a responsabilidade pela tragédia, Marco Aurélio Garcia deu pulos de alegria, enquanto fazia, com as mãos, aquele gesto brasileiríssimo, tão bem usado nos cartoons do Henfil, de tóp-tóp-tóp.

zzzzzztoptopDiante de uma tragédia com 199 mortos, Marco Aurélio Garcia, assessor especial do então presidente Lula, pulava de alegria.

Além da sua alegria demonstrada com pulinhos e o tradicional gesto de “fodeu” diante da morte de 199 pessoas, Marco Aurélio Garcia deveria ser reconhecido, nos livros de História do futuro, como o homem a quem o lulo-petismo deu os poderes de uma espécie assim de ministro único do Supremo Tribunal Pan-Americano.

Se há uma questão constitucional em qualquer país amigo ou não tanto, Marco Aurélio Garcia, sozinho, resolve.

Marco Aurélio Garcia é o mais profundo constitucionalista das Américas.

Ele determinou, por exemplo, que a decisão da Assembléia Nacional de Honduras, cassando o mandato do então presidente Manuel Zelaya, em 2009, era inconstitucional.

Quando o Parlamento paraguaio decidiu afastar o então presidente Fernando Lugo, o super hiper ministro do Supremo Tribunal Pan-Americano foi rápido no gatilho, digo, no voto único e decisivo: foi golpe!

E agora, quando a Constituição da Venezuela – em boa parte escrita após anos de ditadura chavista – está sendo destrinchada em seus mais ínfimos detalhes, Marco Aurélio Garcia não titubeou um minuto sequer. Declarou, do alto dos poderes aos quais o investiu o lulo-petismo, que é constitucional o presidente não tomar posse e continuar presidente.

Isso é que é!

Fico aqui pensando: pra que ter Supremas Cortes nacionais em cada país desta nuestra Latrina América?

Muito dinheiro gasto à toa. Essa imensa grana gasta para pagar juízes no Brasil, na Argentina, no Paraguai, na Venezuela, na Bolívia, no Equador, poderia ir diretamente para os governantes, que, tão bonzinhos, estão redistribuindo riqueza. Como todos eles, e seus familiares, são exemplos de gente extremamente honesta, não haveria qualquer desvio de verba. Iria tudo para o povo.

E, quanto às questões constitucionais, em qualquer país da nuestra querida América Latrina, basta levá-las ao Marco Aurélio.

Ele decide rapidinho.

E de uma forma extremamente justa: é companheiro, tem razão. É contra nóis, é reaça, então é inconstitucional.

Janeiro de 2012 

Um comentário para “Para que Supremas Cortes, se temos Marco Aurélio Garcia?”

  1. Marco Aurélio Garcia mereceria da História um bom tratamento? Que tal paredon?

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