Idilma Amin Dada

É bem característico dos chefetes de países de quarto, quinto, sexto mundos irem ao mundo rico ostentando uma riqueza absurda que suas nações não têm. Xeques muçulmanos retrógados adoram ostentar riqueza. Ditadores tão truculentos quanto grotescos, à la Idi Amin Dada, amavam diamantes.

Dilma Rousseff, a candidata do PT à presidência em 2014, acaba de entrar para o rol desses personagens que, se não fossem trágicos, seriam risíveis. Se não fossem patéticos, seriam engraçados.

Quando o Papa Bento XVI anunciou sua renúncia, a diplomacia brasileira nem quis saber. Não houve frase da presidente-candidata, não houve nota oficial. Gente um pouco mais importante, tipo Barack Obama, Angela Merkel, David Cameron, pronunciou-se de imediato – e olha que Estados Unidos, Alemanha e Grã-Bretanha não têm maioria católica.

A candidata do PT, que por acaso neste momento também deveria ser presidente, não gosta muito desse negócio de Igreja Católica. Sacumé, né? Ela é revolucionária, no passado foi chegada às armas.

Segundo se informou, ela não queria ir a Roma. Gilberto Carvalho, ministro-chefe da secretaria-geral da Presidência, sujeito que tem ligações com a Igreja, com religiosos, teria convencido a moça de que seria bom ir.

Aí ela topou ir.

Talvez fosse melhor, para o Brasil, que ela não tivesse topado.

O texto brilhante, direto, escorreito de Jamil Chade no Estadão desta segunda-feira, 18 de março, mostra o tamanho do ridículo, do absurdo, do acinte:

“Uma presidente, quatro ministros, assessores, diplomatas, aluguel de 21 carros de luxo, hospedagem em hotel cinco estrelas cuja diária pode chegar a 4 mil euros e uma agenda incerta. A presidente Dilma Rousseff desembarcou ontem em Roma para quatro dias de visita para a cerimônia de entronização do papa Francisco, amanhã. Mas sua passagem por Roma pode se limitar a apenas uma foto com o pontífice, além de três compromissos inexpressivos.

“O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, confirmou ao Estado que a presidente brasileira dificilmente será recebida em uma audiência especial pelo papa. Ela falará com Francisco apenas na fila dos cumprimentos e sairá na foto, suficiente para seus cálculos políticos. Já o Itamaraty tenta valorizar a viagem, declarando que, na fila, o papa aceitou ter um diálogo mais longo com a presidente – provavelmente para convidá-la a participar da Jornada Mundial da Juventude, que a Igreja organiza no Rio, em julho. Existem ainda negociações para outro encontro. Mas sem qualquer confirmação.

“Dilma é a primeira presidente brasileira a estar na entronização de um papa, fato que o Itamaraty aponta como uma demonstração que já justificaria a viagem.

“Ontem, após desembarcar, Dilma aproveitou para escapar dos jornalistas e fazer turismo por mais de quatro horas em Roma ao lado dos ministros Helena Chagas, Aloizio Mercadante, Antonio Patriota e Gilberto Carvalho. Em um primeiro momento, seu percurso não foi divulgado porque, segundo o Itamaraty, tratava-se de uma “agenda privada”. À noite, um jantar num restaurante típico da cidade, em local mantido em sigilo.

“Foi só quando a delegação retornou para o hotel que o governo revelou que ela havia ido a duas igrejas: Santa Maria Maggiore e São Paulo Extramuros. Os locais teriam sido escolhidos por sua “representatividade”.

“O hotel que hospeda Dilma é o Excelsior, um dos mais luxuosos da Europa, e o mesmo que receberá o vice-presidente dos EUA, Joe Biden e o presidente de Taiwan.

“Hoje, a agenda de Dilma é tudo, menos intensa. Por enquanto, há apenas uma proposta de um eventual encontro com o chefe de governo da Eslovênia, irrelevante no cenário internacional. O governo ainda negocia um encontro com o presidente italiano, Giorgio Napolitano, em fim de governo e sem qualquer poder. Roma sequer confirmou o encontro e as chances são remotas. Na quarta-feira, está prevista uma visita à FAO, agência da ONU de agricultura e alimentação.

“Com isso, o ponto alto – pelo menos o que motivou a viagem – está marcado para amanhã: Dilma será uma das 150 autoridades que estarão na entronização de Francisco.

“Na agenda, tampouco está previsto encontro com os cardeais brasileiros que votaram no conclave. Pessoas próximas ao governo indicam que o Palácio do Planalto não estava confortável com a ideia de que o cardeal brasileiro Odilo Scherer fosse eleito papa. Uma das preocupações era de que, se vencesse, o cardeal se transformaria numa sombra incômoda ao governo, fazendo comentários sobre assuntos domésticos e tendo influência.”

***

O Papa Francisco tem se esmerado em demonstrar humildade, desapego à pompa, à riqueza, à ostentação. É um jesuíta que demonstra jeito franciscano.

Como observou num Twitter Mary Zaidan: se o papa soubesse a quantidade de milhares de euros que Idilma Amin Dada gastou do nosso dinheiro para ir lá ficar na fila de cumprimentos, teria arrepios.

18 de março de 2013

5 Comentários para “Idilma Amin Dada”

  1. Bela segunda feira, Mary Zaidan substituída brilhantemente pelo texto do Sérgio Vaz, um primor.
    Tá bem, tá legal, vou dormir.
    Marina neles.

  2. Dona Dilma é tola. Nossa embaixada fica na mais bela praça de Roma, a Piazza Navona. E num palacete, o Doria Pamphili, que é uma joia.

    Mas não é um hotel onde ela vá cruzar com celebridades no hall de entrada…

    Não é um hotel da Dolce Vita, como o Excelsior. Dolce Vita que, aliás, Roma já nem sabe mais como foi. Vai ver disseram a Dona Dilma que ficando no Excelsior ela teria mais chances de aparecer nas capas dos jornais italianos.

    Eu recomendaria a ela um banho na Fontana de Trevi. Com qualquer um de sua comitiva.

    Sucesso garantido!

  3. O índice de confiança na presidente também manteve a tendência de crescimento e subiu de 73%(antes do banho na Fontana de Trevi) em dezembro de 2012 para 75% em março de 2013. Depois de banhar-se e falar com o Francisco qual será o novo indicador?
    Marina neles!

  4. Petistas no poder não são nem um pouco franciscanos com o dinheiro público.

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