Inês e Sweet Baby James

Sweet Baby James cantou hoje na Philarmonie, em Munique, e Inês estava lá. Não tenho idéia, é óbvio, de que tipo de teatro seja a Philarmonie de Munique, mas deve certamente ser um belíssimo lugar, germanicamente organizado, com uma senhora acústica.

Inês diz que show foi lindo, lindo. E, o show à parte, impressionou Inês o jeito cativante do cara que admiro há mais de quatro décadas: “Ficou sentadinho na beira do palco dando autógrafos e tirando fotos até a última pessoa ir embora!”, ela contou. “Fiz uma foto com ele pra te mostrar. Ele me disse: so nice to meet you, so brief… Fiquei encantada. O povo da organização querendo acabar logo e ele uma paciência e delicadeza.”

Vejo que Sweet Baby James está no meio de uma turnê intensa. Depois de Munique, ele canta amanhã, domingo, 13 de maio, em Zurique; em seguida faz Paris, Amsterdã, Reikjavik. Em seguida, em junho, faz 22 shows nos Estados Unidos, intercalados por dois em Montréal.

Me emocionou o fato de Inês ter se lembrado de mim no show. Me mandou mensagens via Facebook no intervalo e depois do final do show.

É um tanto esquisito pensar isso, mas Inês herdou de mim o gosto por muita coisa de música que ela ouvia no som da nossa casa. James Taylor, Joan Baez, gente que ela, garotinha, ouviu muito, mas não só: gosta até hoje de Beto Guedes e Fagner, por exemplo – tudo herança do meu toca-discos.

Quando Maria, a primogênita dela, era novinha, Inês me pediu uma fita com Peter, Paul and Mommy, o disco de 1969 de Peter, Paul and Mary só com canções infantis. Queria que a filha ouvisse as canções que ela ouvia quando criança. Quase chorei de emoção.

De tempos em tempos, quando vem ao Brasil, Inês gosta de fuçar nos meus discos e no meu iTunes. Numa das últimas vezes em que veio, estava apaixonada por “The Scarlet Tide”. Ficamos ouvindo as versões de Alison Krauss, Joan Baez e Elvis Costello com Emmylou Harris.

Canções folk. Que coisa fantástica: quis o destino que os ouvidos de Inês se apaixonassem por canções folks. Uma herança minha.

As coisas têm duas mãos, na vida, e foi com Inês que aprendi a gostar do Police e de Cazuza, da mesma maneira que aprendi com Fernanda a gostar do Legião e mais tarde do Karnak e da Orquesta Tipica Fernandez Fierro.

Então vamos combinar, Inês querida: da próxima vez, vamos a um show juntos. Tomara que tenha coisa boa rolando.

12 de maio de 2005

Um comentário para “Inês e Sweet Baby James”

  1. querido, que alegria ler seu texto! sabe que durante o show eu pensava o quanto você iria apreciar a philarmonie com sua acústica maravilhosa e organização germânica. estamos mesmo conectados! beijão e até agosto

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