Más notícias do país de Dilma (24)

Este aqui é o 24º apanhado semanal de notícias e análises demonstrando que o governo Dilma Rousseff é incompetente, e que publico aqui sempre às sextas-feiras, desde o final do mês de abril. Em cinco meses, 24 apanhados.

Vou fazer uma pausa agora. Claro, os jornais continuarão trazendo diariamente notícias e análises que mostram a incompetência do governo – mas eu estarei de férias no mês de outubro. Espero voltar com as baterias bem recarregadas.

Faltam menos de mil dias para a Copa e nada vai bem

* “Governo perdeu o controle do andamento das obras”

“Quase quatro anos após o Brasil ser escolhido como sede da Copa de 2014, o governo perdeu o controle do andamento das obras ligadas ao evento e pôs em risco o legado de infra-estrutura que ele poderia deixar para o país. Divulgado há 11 dias, o balanço mais recente do governo sobre os projetos da Copa já está desatualizado. Prazos indicados no documento não batem com informações das cidades-sede, e outros soam irreais diante dos problemas que as obras têm enfrentado. Autoridades que acompanham os preparativos para a Copa já falam em organizar os dias de jogos com a estrutura hoje disponível, sem contar com as novas obras.

“A promessa do governo de entregar nove estádios no final de 2012 também já caiu por terra, com novos atrasos. (…) Nos aeroportos, o Brasil já perdeu a chance de deixar um legado, de acordo com os especialistas. ‘Agora estamos correndo atrás da demanda’, afirmou o professor Elton Fernandes, da Coppe/UFRJ. Dos 13 terminais da Copa, 7 devem ter a capacidade ampliada com instalações provisórias, os puxadinhos. ‘Eles têm um custo muito inferior e dão conta do recado’, diz Jaime Parreira, diretor de engenharia da Infraero.” (Mariana Barbosa e Rodrigo Matos, Folha de S. Paulo, 25/9/2011.)

* Feriado na Copa para disfarçar a inoperância

“O governo federal finalmente enviou ao Congresso o projeto da Lei Geral da Copa, com um conjunto de providências para 2014, quando o país será sede do maior evento mundial do futebol. Entre as medidas previstas no texto, a possibilidade de a União, o Distrito Federal, estados e municípios decretarem feriado nos dias de jogos deve ser vista com reserva. Soa como clara declaração de incompetência: em vez de realizar algumas das prometidas obras de infra-estrutura, encargo assumido com a Fifa e legado do evento para as cidades-sede, o poder público deixa a porta aberta para contornar esperadas pressões de demanda no trânsito, no tráfego aéreo, etc não com ações de longo prazo, estratégicas e definitivas, mas com operações pontuais. Prepara-se, assim, o caminho para a adoção de medidas paliativas em 2014, cujos efeitos se esgotariam nos vinte dias de jogos.” (Editorial, O Globo, 23/9/2011.)

          Promessas não saem do papel ou estão bem distantes das metas

 * Governo de Dilma Roussef só executou 0,5% do Minha Casa

“A cem dias de acabar o primeiro ano de gestão da presidente Dilma Rousseff, promessas de campanha e alguns compromissos assumidos no programa de governo não saíram do papel ou estão bem distantes de atingir as metas fixadas para 2011. Destacados entre os principais compromissos da presidente, o programa Minha Casa Minha Vida, a construção de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e de Unidades Básicas de Saúde (UBS), de quadras esportivas e de postos de polícia comunitária têm recursos disponíveis no Orçamento da União, mas a liberação até setembro não chega a 10% do aprovado. O programa de construção de creches, outra promessa destacada na campanha eleitoral, teve um desempenho um pouco melhor, com 21% dos recursos liberados.

“Uma das estrelas do PAC e também da campanha presidencial, o programa Minha Casa Minha Vida recebeu o primeiro golpe em março, com o corte de R$ 5,1 bilhões na dotação inicial de R$ 12,6 bilhões prevista no Orçamento. A justificativa da equipe econômica foi que a segunda fase do programa dependia de aprovação do Congresso, o que só aconteceu em junho. Por conta desse atraso e de outros entraves na execução, o Minha Casa chega em setembro com apenas R$ 3,5 milhões executados (pagos), 0,5% dos R$ 7,6 bilhões restantes no Orçamento. A meta do programa é construir dois milhões de moradias até 2014 . O Ministério das Cidades informa que foram contratados até setembro 253 mil unidades, mas incluiu nessa conta as unidades financiadas com recursos do FGTS.” (Regina Alvarez, O Globo, 25/9/2011.)

* Governo retém verbas para prevenção de desastres, para a segurança…

“A liberação de recursos federais é muito lenta não só para os principais programas do governo Dilma (…). A situação é semelhante no caso de obras e serviços essenciais à população. A três meses do início da temporada de chuvas e enchentes de verão, o programa de Prevenção e Preparação para Desastres Naturais, do Ministério da Integração Nacional, conta com investimentos de R$ 296,9 milhões no Orçamento de 2011, mas o dinheiro continua no caixa do governo. Até o momento, o valor executado (pago), de R$ 66,3 milhões, refere-se a investimentos contratados em anos anteriores — 22,3% do total.

“Essas obras de prevenção são essenciais para evitar ou atenuar tragédias que se repetem todos os anos, como deslizamentos de terra em áreas de risco. No caso do Estado do Rio, foram reservados R$ 7 milhões para apoio a obras preventivas, mas nenhum tostão foi liberado até agora. Para São Paulo, estão previstos R$ 33,5 milhões, destinados à implantação de reservatórios para contenção de cheias e outras obras preventivas, mas também não houve liberação de recursos. Na área de segurança, a execução de investimentos dos dois carros-chefe do Ministério da Justiça também é mínima. No Sistema Único de Segurança Pública (Susp), o Orçamento deste ano prevê R$ 317,4 milhões para investimentos, mas, até setembro, foram executados apenas R$ 38,8 milhões — 12% do total, incluindo os restos a pagar (despesas de anos anteriores pagas este ano).” (Regina Alvarez, O Globo, 26/9/2011.) 

O que falta é competência

 * Primeiro, é preciso melhor a gestão da Saúde, diz Gerdau

“Na contramão da presidente Dilma Rousseff, que na semana passada afirmou que o problema na área da Saúde não se resolve apenas com gestão, mas com mais recursos, o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, que preside a Câmara de Política de Gestão e Competitividade, vinculada à Presidência, disse ser contrário à criação de mais um tributo para financiar o setor. Para ele, antes de criar um novo imposto, a Saúde precisa melhorar sua gestão. Gerdau também afirmou que o Brasil tem uma carga tributária muito grande e que os excessos de arrecadação podem servir como fonte de mais verbas para a Saúde. Na quarta-feira, a Câmara dos Deputados regulamentou a Emenda 29 , que define gastos mínimos para a Saúde, mas descartou o trecho do texto que criava um novo imposto como fonte de receita.” (Chico de Gois, O Globo, 24/9/2011.)

* Mas o governo não desiste de novo imposto para a Saúde

“A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), admite que o governo ainda quer a criação de um imposto para financiar investimentos em saúde no País e arrecadar mais R$ 45 bilhões por ano. A expectativa do Palácio do Planalto é que o tributo seja aprovado em 2012, apesar das dificuldades previstas por causa das eleições municipais.” (Vera Rosa e Tânia Monteiro, Estadão, 26/9/2011.)

* Como podem falar em mais imposto, com tantos exemplos de péssimo uso do dinheiro atual?

“A carga tributária brasileira subiu forte em 2010 e aumenta ainda mais neste ano. E parece que não dá para nada. A conversa em Brasília trata da criação de algum novo imposto para, dizem, financiar a expansão de gastos com saúde. Mas como podem pensar nisso diante da multiplicação dos casos de péssimo uso do dinheiro atual? Não faz muito tempo, este jornal mostrou equipamentos caros encaixotados há meses em hospitais do Rio. No domingo passado, o Fantástico mostrou que o Samu, o serviço de emergência do SUS, busca pacientes com ambulâncias caindo aos pedaços, enquanto deixa outras centenas delas, novinhas em folha, paradas nos pátios.” (Carlos Alberto Sardenberg, O Globo, 29/9/2011.)

           Já irregularidades há de sobra

 * A tal da “faxina”, se é que existiu, foi abandonada

“A presidente Dilma Rousseff fez uma faxina incompleta nos setores do governo envolvidos em corrupção, irregularidades e mau uso do dinheiro público. A limpeza só ocorreu na cúpula do Ministério dos Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Na Valec, a estatal responsável pela construção das grandes ferrovias previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como a Norte-Sul e a Oeste-Leste, foi afastado só o presidente José Francisco das Neves, o Juquinha. Ele saiu no rastro do escândalo que abalou o Ministério dos Transportes, no início de julho. Investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) indicaram desvios de R$ 279,7 milhões na Valec.

“Juquinha foi substituído interinamente por Felipe Sanchez da Costa, diretor da Valec, mas, segundo informações de dentro da estatal, quem manda de fato na empresa é Luiz Carlos Oliveira Machado, diretor de Engenharia, um protegido do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A Ferrovia Norte-Sul, uma das principais obras da Valec, foi iniciada no governo Sarney (1985-1990) e nasceu envolvida em escândalos. Na época, descobriu-se que a licitação havia sido dirigida e os vencedores já eram conhecidos havia meses.” (João Domingos, Estadão, 25/9/2011.)

* “Ministério do Trabalho vira balcão do PDT”

“No comando do rateio de recursos milionários do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, abrigou parte da cúpula do seu partido, o PDT, na pasta e encontrou brecha para turbinar centrais sindicais, impedidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) de receber dinheiro público por causa de irregularidades no passado. Só neste ano, entidades vinculadas a centrais já receberam R$ 11 milhões. O ministro mantém dez integrantes da Executiva do PDT em postos de comando do ministério e um outro personagem da cúpula partidária na Fundacentro, instituição ligada à pasta. O tesoureiro do partido, Marcelo Panella, foi chefe de gabinete de Lupi até o início do mês passado, auge da faxina ministerial, quando deixou o cargo a pretexto de cuidar de negócios pessoais.” (Iuri Dantas e Marta Salomon, Estadão, 25/9/2011.)

* Mesmo suspensa, ONG recebe verbas do Trabalho

“Punido pela CGU por conta de irregularidade na suspensão de novos contratos com a União, o Instituto Nacional América recebeu R$ 1,5 milhão do Ministério do Trabalho para treinar trabalhadores para a Copa do Mundo de 2014. O pagamento foi liberado 23 dias depois de a sanção ter sido publicada no Diário Oficial da União. O dinheiro vem do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e, nos termos do convênio, servirá para qualificar profissionais na área de turismo: a ONG gaúcha se comprometeu a treinar 3.622 trabalhadores em Porto Alegre e 19 municípios da região metropolitana, a um custo total para a União de cerca de R$ 3 milhões, dos quais a metade já foi liberada depois da sanção.” (Marta Salomon e Iuri Dantas, Estadão, 27/9/2011.)

* Ministros voam para casa às nossas custas

“Embora sejam responsáveis por políticas públicas para todo o país, ministros do governo têm privilegiado suas bases eleitorais nas viagens feitas com dinheiro do contribuinte, a título de cumprir compromissos oficiais. Um pente-fino nas agendas ministeriais revela a atração de alguns dos principais titulares da Esplanada por seus estados de origem ou celeiros de votos: conforme o nome, de um terço à metade dos roteiros fora de Brasília são feitos perto de casa e, não raro, emendados com o fim de semana. O levantamento foi feito pelo Globo, levando em conta apenas as viagens com justificativa de trabalho. Graças a um decreto presidencial de 2002, os ministros podem usar aviões comerciais e da Aeronáutica também para voltar para ‘a cidade de residência fixa’ só para descansar.

“Promovido a ministro da Pesca em junho, após uma crise que o desalojou da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz Sérgio (PT) já fez 20 viagens desde então, das quais 11 para eventos no Rio, alguns sem conexão com as missões da pasta. Em 5 de agosto, uma sexta-feira, o único compromisso marcado na agenda foi a participação nas comemorações dos cinco anos da Lei Maria da Penha, na Fundição Progresso, no Rio, em dia brindado com show de Beth Carvalho. Luiz Sérgio foi para Brasília na segunda-feira e, na terça-feira, estava de volta ao Rio para uma reunião com o governador Sérgio Cabral (PMDB). No dia seguinte, antes de ir para a capital federal, compareceu ao 2º Congresso Fluminense de Municípios. Na sexta-feira, seu avião estava de volta ao estado para inaugurar, ao lado de Cabral, 470 apartamentos em Angra dos Reis, seu reduto político. A obra não recebeu verbas da Pesca.

“Estado ‘top’ na agenda do ministro, o Rio é o nono produtor nacional de pescado, segundo estatística da pasta. Santa Catarina e Pará, líder e vice-líder nesse ranking, mereceram uma visita cada. Só em agosto, Luiz Sérgio foi quatro vezes ao Rio. Este mês, mais três. Magnetismo semelhante exerce o Espírito Santo sobre a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes (PT), cotada para concorrer à Prefeitura de Vitória no ano que vem. Desde que assumiu, em janeiro, foram 48 viagens nacionais e internacionais, sendo 18 (40%) para a terra da moqueca. Em 17 de janeiro, a petista saiu pela primeira vez de Brasília. Escolheu a capital capixaba, onde se reuniu com parlamentares e o governador Renato Casagrande (PSB). Desde então, foram ao menos 35 compromissos, entre eles recorrentes encontros com o governador. (Fábio Fabrini, O Globo, 25/9/2011.)

* Servidores de primeiro escalão descumprem normas de conduta

“Criada em 26 de maio de 1999, a Comissão de Ética Pública, vinculada à Presidência da República, tem sua ação limitada e, muitas vezes, ignorada pelos altos servidores públicos. Levantamento feito pelo Globo nas atas do órgão em 2010 e 2011 demonstram que os conselheiros, quando tentaram ser severos e fazer valer o Código de Conduta da Alta Administração Federal, acabaram voltando atrás nas próprias decisões. Além disso, é comum os conselheiros, que se reúnem um vez por mês, só adotarem posicionamentos depois que ministros já deixaram a função, tornando inócua a punição. Foi o que ocorreu com a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, que manteve parentes no governo, acusados de tráfico de influência. A censura ética a que foi submetida só passou a valer depois que ela deixara o governo. E a censura se deu apenas porque ela não havia entregue a Declaração Confidencial de Informação (CDI), documento que toda autoridade é obrigada a entregar até dez dias após empossado na função.” (Chico de Gois, O Globo, 25/9/2011.) 

As más notícias da semana na economia

* Duas frases assustadoras

Uma mostra o despreparo da mais alta autoridade da área econômica. A outra mostra o resultado do despreparo.

“Se a coisa ficar feia, vamos ter de repensar tudo e ver o que precisa ser feito. Mas não vamos nos antecipar.” (Guido Mantega, ministro da Fazenda.)

“O governo semeou o vento e acabou colhendo uma tempestade.” (Nathan Blanche, especialista em câmbio, sobre o fato de o governo ter adotado medidas contra a valorização do real e depois enfrentar a alta acelerada do dólar.)

* Com alta do dólar, pão francês terá aumento entre 5% e 10% em outubro

“O aumento na cotação do dólar vai elevar o preço do pão francês já no início de outubro. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo), o aumento será entre 5% e 10%. Já o macarrão e o pão de fôrma terão na próxima semana alta de 5%, informou a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima). O Brasil importa hoje 60% do trigo que consome. Cerca de 70% do custo da farinha de trigo vem de sua principal matéria-prima, o trigo. Das dez milhões de toneladas de trigo consumidas por ano no país, metade é usada para a fabricação do pão francês. Os 30% restantes vão para macarrão, biscoitos e pão de forma. (Bruno Rosa, Fabiana Ribeiro e Ramona Ordoñez, O Globo, 23/9/2011.)

* Uma política cambial inconsistente, cheia de casuísmos

“O governo Dilma vai trombando com os casuísmos e a inconsistência de sua política de câmbio. Há poucas semanas, fez movimentos esdrúxulos destinados a estancar o mergulho do dólar (valorização do real). Uma dessas decisões foi impor um IOF de até 6% sobre as posições vendidas no mercado futuro. De lá para cá, ninguém mais assumiu posições vendidas para não morrer com esse imposto. Ou seja, o mercado de hedge (proteção) foi esvaziado. Agora, a situação cambial virou. Bancos, empresas e instituições entenderam que precisam se proteger da crise com compras de moeda estrangeira. Só que não há mais quem venda no mercado futuro, por causa do IOF e da desativação relativa do mercado de hedge. (…)

“Se a desvalorização do real persistir, logo chegará o momento em que o Banco Central será convocado para iniciar a revenda de dólares das reservas. E tem a política de juros. A aposta do Banco Central é de que a crise externa leva à desinflação da economia, a começar pela queda dos preços das commodities alimentares. E isso pode não acontecer. Ao contrário, a alta do dólar no câmbio interno vem puxando para cima os preços do trigo e demais cereais. O que implicará duro teste para a atual estratégia de expansão monetária (baixa dos juros) do Banco Central.” (Celso Ming, Estadão, 23/9/2011.)

* Inflação em alta, previsões de novas altas – mas já se fala em “corte mais ousado de juros”

“Diante de um cenário internacional de crise, que tende a piorar, a equipe econômica não descarta uma redução mais ousada da taxa de juros (Selic) já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em 18 e 19 de outubro, como arma contra os efeitos da turbulência lá fora. A avaliação do Palácio do Planalto é que o Brasil já vive um cenário de queda da inflação, assim como o resto do mundo, o que permitiria uma decisão mais arrojada no que se refere às taxas de juros, hoje em 12% ao ano. Essa percepção, porém, vai no sentido inverso à dos economistas ouvidos pelo Banco Central (BC) em sua pesquisa semanal do Boletim Focus, que, pela primeira vez, preveem um estouro do teto da meta de inflação este ano, fixado em 6,5%, justamente pelo afrouxamento da política monetária. Segundo o boletim, o IPCA, índice usado pelo governo, encerrará o ano em 6,52%. Foi a sexta previsão seguida de alta da inflação.” (Vivian Oswald, Gabriela Valente e Henrique Gomes Batista, O Globo, 27/9/2011.)

* Contenção de gastos em custeio é vital – mas como confiar no governo?

“Na questão fiscal, em 2008/9, o que se viu foi a expansão perigosa de gastos em custeio, quando deveriam ter sido impulsionados os investimentos, que podem ser contidos na fase de aquecimento. Foi executado o contrário, e parte do choque inflacionário atual deriva do uso excessivo do mecanismo errado. Por não ter capacidade gerencial de administrar os investimentos, é provável que o governo vá pelo mesmo caminho. Pelo menos até este mês, como mostrou O Globo, os investimentos continuavam anêmicos, talvez porque, também mais uma vez, o governo faça ajuste fiscal com eles. Enquanto isso, a precária infraestrutura do país continua a contribuir para manter o Custo Brasil nas nuvens. Se o controle fiscal já é condição-chave em qualquer conjuntura, no momento em que se decide cortar juros sem a definição segura do que está à frente do mundo, a contenção dos gastos em custeio se torna vital. E neste ponto continua a desconfiança na capacidade de Brasília cumprir a tarefa. (Editorial, O Globo, 28/9/2011.)

* Governo subsidia gasolina para não aumentar inflação

“De olho no aumento da inflação, o governo decidiu reduzir a Cide, um tributo sobre o preço da gasolina. O objetivo é evitar que o combustível suba até três centavos na bomba quando entrar em vigor a nova mistura do álcool à gasolina, que cairá de 25% para 20%. Com a nova Cide, os cofres da União deixarão de arrecadar R$ 50 milhões até o fim do ano.”

* Ingerência política faz valor da Petrobrás despencar

“Um ano após a capitalização, as ações da Petrobras ainda não decolaram. Pelo contrário, acumulam perda em dólares de 33% no período, enquanto o preço do petróleo do tipo brent subiu 39%. Os analistas culpam a interferência política na gestão da empresa. Por não poder mexer nos preços da gasolina, a companhia já deixou de arrecadar R$ 1,28 bilhão. Com a inflação acima do teto da meta, o governo impede a alta do combustível. O consumidor acha que já está caro demais, e subiu mesmo por causa do álcool. A Petrobras não pode repassar para a gasolina o preço do petróleo, o custo da importação nem a alta do dólar, mas eleva os outros combustíveis. O consumo está aumentando com as vendas recordes de carros e o País está subsidiando combustível fóssil. Em 2010, a empresa importava 7 mil barris de gasolina por dia. Este ano, 30 mil. (Míriam Leitão, O Globo, 29/9/2011.)

* Medidas do governo protegem indústria ineficiente e reduzem novos investimentos

“Ainda no início de agosto, quando do lançamento do Plano Brasil Maior, já era possível imaginar as reais intenções do governo e apaniguados em termos de ‘política industrial’. Embora o objetivo oficial do plano fosse ‘aumentar a competitividade da indústria nacional, a partir do incentivo à inovação tecnológica e à agregação de valor’, tudo mais fazia crer que iríamos mesmo descambar para velhas políticas protecionistas, que, na prática, são exatamente o oposto do que normalmente chamamos de competitividade. (…) A malfadada política nacionalista, apelidada de ‘substituição de importações’, executada no passado através de reservas de mercado, cotas e tarifas de importação, controles de câmbio e desvalorizações periódicas da moeda, foi a principal responsável pelo retardamento técnico da nossa indústria. Progresso tecnológico exige investimentos maciços em pesquisa e desenvolvimento, fato que só ocorre em ambientes competitivos, onde as empresas brigam incessantemente pelas menores fatias do mercado, vale dizer, para satisfazer o consumidor. A lei de reserva de mercado para a informática ainda é o melhor exemplo de como esse tipo de política é contraproducente.(…) Em resumo, a ação do governo acarretará os seguintes resultados: transferência forçada de renda dos consumidores para meia dúzia de empresários; proteção de uma indústria ineficiente; manutenção de alguns empregos num determinado setor, em detrimento de outros tantos em outros setores; redução de novos investimentos.” (João Luiz Mauad, administrador de empresas, em O Globo, 23/9/2011.)

* É duro fazer negócios, trabalhar, com o custo Brasil atrapalhando

“Aumenta o desconforto com os diversos bloqueios do custo Brasil. Mais ou menos assim: num ambiente de paradeira, você precisa do aeroporto poucas vezes, percebe que o serviço é ruim, mas, afinal, dá para levar. Quando o negócio acelera, você precisa receber encomendas e fazer entregas todos os dias e aí o aeroporto mostra toda a sua ineficiência. Vale para todo o resto. Obter uma licença ambiental ou de construção é enrolado, mas uma só, vá lá. Tente obter várias delas ao mesmo tempo. E assim vai. Por toda parte, encontro esse estado de espírito tipo já passa dos limites ou assim não dá .

“E, mais recentemente, noto uma bronca com a inconstância do governo federal ou seja, com as abruptas mudanças de regras e, digamos concretamente, com os equívocos que saem de tanta improvisação. Não se trata apenas das regras federais, como o súbito aumento do imposto para importadores de carros. Muita gente reclama do mesmo comportamento dos diversos órgãos do governo e também das estatais. E todo mundo nota que o governo faz isso e aquilo, mas não toma nenhuma medida relevante na direção de abater os principais aspectos do custo Brasil. Há, também, um claro desconforto como tratamento desigual o fato de determinados empresários terem acesso mais fácil ao governo.” (Carlos Alberto Sardenberg, Estadão, 26/9/2011.)

          Na Saúde, na Educação, na área ambiental, o descalabro

* “Infecção hospitalar mata mais que Vietnã”

“A Polícia Federal investiga irregularidades (superfaturamento, licitações suspeitas e pagamentos sem contratos) em seis hospitais federais do Rio. E soube-se, por pesquisa da Comissão Nacional de Biossegurança, que cem mil pessoas morrem por ano no Brasil por infecção hospitalar. São dados que nacionalizam inquestionavelmente a tragédia da Saúde. Neste último caso, imprime-se à desgraça um viés macabro. A estatística da comissão mostra que a cada 365 dias morrem quase duas vezes mais brasileiros em hospitais – por princípio um espaço de preservação da vida – do que o total de soldados americanos abatidos em batalhas durante toda a Guerra do Vietnã. (…)

“É apavorante o raio X que a pesquisa, divulgada pelo GLOBO, faz das condições de higiene na rede hospitalar (pública e privada). Em média, 80% dos hospitais brasileiros não fazem o controle adequado. Como é falho o monitoramento pelos órgãos públicos de fiscalização, chegou-se a este número por estimativa, o que significa que a dimensão do problema pode ser maior. Há razões para acreditar que seja. Afundada numa crise sistêmica, a Saúde coleciona um infindável histórico de demandas que deveriam ser enfrentadas com uma política capaz de mudar estruturalmente o setor. Mas, à exceção de exemplos pontuais, não é o que se vê país afora. E apenas piora a situação uma estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) segundo a qual infecções hospitalares atingem 14% dos pacientes internados.” (Editorial, O Globo, 25/9/2011.)

* Nova trapalhada do MEC: centros de excelência perdem credenciamento

“Ao homologar o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que extinguiu o credenciamento especial dos cursos de pós-graduação lato sensu oferecidos por instituições não educacionais, o Ministério da Educação (MEC) se meteu em mais uma confusão. Além das críticas de corporações profissionais e entidades de classe, o MEC sofreu várias derrotas na Justiça, que tem concedido liminares para as instituições ameaçadas de perder a chancela do governo para seus cursos. O parecer do CNE demorou dois anos para ser homologado pelo MEC.

“Pelas regras anteriores,123 instituições não educacionais – hospitais, fundações e centros de pesquisa – estavam autorizadas a oferecer cursos de pós-graduação lato sensu, como os MBAs e os programas de especialização e residência médica em centros hospitalares de referência. As mais conhecidas dessas instituições são o Hospital Sírio-Libanês, a Escola de Ultrassonografia de Ribeirão Preto, o Centro de Medicina Especializada, Pesquisa e Ensino, a Escola de Administração e Negócios, o Instituto de Educação Tecnológica de Minas Gerais e a Fundação Dom Cabral, considerada uma das melhores escolas de administração do mundo. Os cursos oferecidos por essas instituições continuam funcionando, mas não podem mais exibir o carimbo do MEC em seus certificados.” (Editorial, Estadão, 25/9/2011.)

* “Como se as mudanças climáticas não estivessem nos nossos calcanhares”

“Os governantes que administram a capital concretada no Planalto Central, e que dirigem o país de tão abundante biodiversidade, não parecem ter muita noção das necessidades impostas nestes tempos de mudança climática. (…) O governo não se dá conta de que é preciso urgente adotar medidas de mitigação para enfrentar secas mais secas e mais longas. É preciso mais cobertura vegetal em Brasília e não mais concreto. O Brasil inteiro trabalha na direção contrária à lógica e ao bom senso. Este ano o desmatamento está aumentando. No mínimo, o governo deveria se preocupar com a imagem externa, afinal o Brasil está na vitrine por hospedar no ano que vem a Rio+20. (…) Brasília e Brasil têm o mesmo comportamento alienado. É como se as mudanças climáticas não estivessem em nossos calcanhares, ameaçando o futuro dos brasileiros que nascem hoje.” (Míriam Leitão, O Globo, 25/9/2011.)

30 de setembro de 2011

Outros apanhados de provas da incompetência de Dilma e do governo:

Volume 1 – Notícias de 20 a 27/4

Volume 2 – Notícias de 28/4 a 4/5

Volume 3 – Notícias de 4 a 6/5

Volume 4 – Notícias de 7 a 10/5

Volume 5 – Notícias de 10 a 17/5

Volume 6 – Notícias de 17 a 21/5

Volume 7 – Notícias de 22 a 27/5

Volume 8 – Notícias de 28/5 a 2/6

Volume 9 – Notícias de 3 a 10/6

Volume 10 – Notícias de 11 a 17/6

Volume 11 – Notícias de 18 a 23/6

Volume 12 – Notícias de 24/6 a 8/7

Volume 13 – Notícias de 8 a 14/7

Volume 14 – Notícias de 15 a 21/7

Volume 15 – Notícias de 22 a 28/7

Volume 16 – Notícias de 29/7 a 4/8

Volume 17 – Notícias de 5 a 11/8

Volume 18 – Notícias de 12 a 18/8

Volume 19 – Notícias de 19 a 25/8.

Volume 20 – Notícias de 26/8 a 1º/9.

Volume 21 – Notícias de 2 a 8/9

Volume 22 – Notícias de 9 a 15/9

Volume 23 – Notícias de 16 a 22/9

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