Alô, TSE! Alguém aí?

É chocante, apavorante, mas Lula consegue se superar sempre, a cada dia. Quando a gente pensa que ele já chegou ao limite máximo da desfaçatez, da falta de vergonha na cara, da confusão entre o que o patrimônio público e os interesses de um grupelho, entre a Nação e o partido que ora ocupa o governo, ele é capaz de nos surpreender ainda mais.

Agora foi seu pronunciamento na propaganda eleitoral no Dia da Pátria. Contrariando toda a lógica, todo o bom-senso, todo o Direito, todas as leis, o cara vai à TV no 7 de setembro para defender sua candidata e atacar seu opositor.

Quanto aos seguidos crimes cometidos dentro da Receita Federal, nenhuma palavra.

Ele não está nem aí para o fato de que é presidente da República – usa a TV para falar como presidente da República e ao mesmo tempo como cabo eleitoral, o que é claramente ilegal, imoral, anti-republicano, anti-patriótico.

E, como já são quase oito anos de seguidas, praticamente diárias ofensas à lógica, ao bom-senso, ao Direito, às leis, como boa parte do país ficou entorpecido com tanta desfaçatez, não acontece quase nada. Há os protestos indignados na imprensa, na internet – ainda bem, abençoadamente –, mas é só.

Se fôssemos um país sério, era para haver uma comoção nacional.

“Só porque é popular uma pessoa pode escarnecer de todos, ignorar a lei, zombar da Justiça, enaltecer notórios malfeitores, afagar violentos ditadores, tomara para si a realização alheia, mentir e nunca dar um passo que não seja em proveito próprio?”, indaga Dora Kramer em sua coluna desta quarta, 8 de setembro.

Ainda Dora Kramer: “O ambiente em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou o personagem sem freios que faz o que bem entende e a quem tudo é permitido – abusar do poder, usar indevidamente a máquina pública, insultar, desmoralizar – sem que ninguém se disponha ou consiga lhe pôr um paradeiro – não foi criado da noite para o dia.”

Claro que não.

São quase oito anos de seguidos, contínuos episódios de desfaçatez, da falta de vergonha na cara, da confusão entre o que o patrimônio público e os interesses de um grupelho.

Pode até não adiantar, não resolver – mas cada um de nós tem o dever, a obrigação de, no mínimo, gritar contra isso.

Mesmo que seja clamar no deserto.

Mesmo que tenhamos que amanhã, quando ele e seus asseclas nos surpreenderem com uma desfaçatez maior ainda, clamar de novo no deserto.

É preciso continuar protestando sempre. A petição ao TSE para que exija o cumprimento da legislação continua recebendo assinaturas.

8 de setembro de 2010

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